São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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São Paulo é mais aberta e receptiva à arte nas ruas, afirma curador inglês

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de percorrer a Europa pesquisando novos estilos de arte urbana, o curador inglês Cedar Lewisohn, 32, aportou em São Paulo para conferir a produção recente dos artistas paulistanos. Amanhã, dá palestra no Masp, sobre o grafite.
Autor do livro "Street Art: The Graffiti Revolution" e responsável pela exposição que levou os brasileiros osgemeos e Nunca para grafitar a fachada da prestigiosa Tate Modern, em Londres, em 2008, ele percorreu ontem as ruas do bairro da Liberdade.
"São Paulo é mais aberta e receptiva à arte nas ruas, e a relação entre os grafiteiros e os paulistanos é mais próxima", diz. "Aqui, os artistas não veem problema em pedir permissão para pintar e frequentemente são autorizados. Em Londres, por exemplo, não há esse diálogo."
Acompanhado do grafiteiro Ramon Martins, da galerista Mariana Martins, da Choque Cultural, e da crítica de arte inglesa Patricia Ellis, ele conferiu trabalhos recentes de Titi Freak, como um grande peixe colorido na rua da Glória, e outros mais antigos de artistas como osgemeos, Vitché e Nunca.
"Apesar da paisagem urbana agressiva, dominada por prédios e concreto, os grafites de São Paulo são cheios de formas delicadas e femininas. É um contraste", disse ele, que já havia visitado a capital em 2006 nas pesquisas para seu primeiro livro, que tem um capítulo dedicado ao Brasil. Além da Liberdade, a Vila Madalena e a região da Faria Lima entraram no roteiro de Lewisohn, que aproveita a visita para fazer pesquisas para seu próximo livro.
Morador da capital britânica, onde a publicidade nas ruas já virou até cartão postal, Lewisohn achou "corajosa" a Lei Cidade Limpa. "Não vejo a propaganda como algo necessariamente ruim. Ela faz parte do contexto da cidade. Mas é preciso saber dosar."


Palestra Cedar Lewisohn. Masp (Av. Paulista, 1.578, tel. 0/xx/11/3251-5644). Amanhã, às 16h. Grátis


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