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São Paulo é mais aberta e receptiva à arte nas ruas, afirma curador inglês
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de percorrer a Europa pesquisando novos estilos de arte urbana, o curador
inglês Cedar Lewisohn, 32,
aportou em São Paulo para
conferir a produção recente
dos artistas paulistanos.
Amanhã, dá palestra no
Masp, sobre o grafite.
Autor do livro "Street Art:
The Graffiti Revolution" e
responsável pela exposição
que levou os brasileiros osgemeos e Nunca para grafitar a
fachada da prestigiosa Tate
Modern, em Londres, em
2008, ele percorreu ontem as
ruas do bairro da Liberdade.
"São Paulo é mais aberta e
receptiva à arte nas ruas, e a
relação entre os grafiteiros e
os paulistanos é mais próxima", diz. "Aqui, os artistas
não veem problema em pedir
permissão para pintar e frequentemente são autorizados. Em Londres, por exemplo, não há esse diálogo."
Acompanhado do grafiteiro Ramon Martins, da galerista Mariana Martins, da Choque Cultural, e da crítica de
arte inglesa Patricia Ellis, ele
conferiu trabalhos recentes
de Titi Freak, como um grande peixe colorido na rua da
Glória, e outros mais antigos
de artistas como osgemeos,
Vitché e Nunca.
"Apesar da paisagem urbana agressiva, dominada por
prédios e concreto, os grafites
de São Paulo são cheios de
formas delicadas e femininas.
É um contraste", disse ele,
que já havia visitado a capital
em 2006 nas pesquisas para
seu primeiro livro, que tem
um capítulo dedicado ao Brasil. Além da Liberdade, a Vila
Madalena e a região da Faria
Lima entraram no roteiro de
Lewisohn, que aproveita a visita para fazer pesquisas para
seu próximo livro.
Morador da capital britânica, onde a publicidade nas
ruas já virou até cartão postal,
Lewisohn achou "corajosa" a
Lei Cidade Limpa. "Não vejo
a propaganda como algo necessariamente ruim. Ela faz
parte do contexto da cidade.
Mas é preciso saber dosar."
Palestra Cedar Lewisohn. Masp (Av. Paulista,
1.578, tel. 0/xx/11/3251-5644). Amanhã, às
16h. Grátis
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