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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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Para especialistas, escola deve ensinar tolerância

DA REPORTAGEM LOCAL

O preconceito é aprendido socialmente, então a tolerância e o respeito pelo diferente também podem ser ensinados às crianças.
A proposta é de Alvaro Chrispino, doutor em educação pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e co-autor do livro "Políticas Educacionais de Redução da Violência: Mediação do Conflito Escolar" (editora Biruta). Para o autor, a escola tem importância no processo.
Eduardo Brito, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, que estuda conflito nas escolas, diz que os professores da rede pública precisam ser treinados para receber uma nova clientela. O público cresceu com a universalização do acesso à educação, e isso cria mais conflitos por causa da diversidade. Margarida Barreto, médica do trabalho com mestrado em psicologia social, diz que a competitividade excessiva prejudica as relações pessoais, resultando na intolerância.
Myriam Tricate, diretora-geral dos colégios particulares Magno e Mágico de Oz, diz que "o papel da escola é trabalhar a aceitação da diferença". O Mágico de Oz tem um programa em que as crianças fazem dramatizações para desenvolver a solidariedade.
Para a diretora e orientadora educacional da Escola Pacaembu, Vera Lúcia Bonafé, os apelidos pejorativos não podem ser considerados "brincadeira". Ela diz que um sinal para os pais identificarem se os filhos estão sofrendo violência moral na escola é a criança demonstrar desinteresse em estudar ou agressividade.
Nas escolas públicas de São Paulo, alguns programas tentam reduzir a violência. A Secretaria Municipal da Educação diz que o projeto Vida prevê a criação de comissões de prevenção da violência nas escolas. O alcance é limitado. Segundo a secretaria, o programa foi implantado em 182 das 1.174 escolas (15,5% do total).
A Secretaria Estadual da Educação diz que o projeto Comunidade Presente, que inclui melhoria da auto-estima dos alunos, foi implantando em todas as 6.100 escolas da rede. (APF)


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