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Para especialistas, escola deve ensinar tolerância
DA REPORTAGEM LOCAL
O preconceito é aprendido socialmente, então a tolerância e o
respeito pelo diferente também
podem ser ensinados às crianças.
A proposta é de Alvaro Chrispino, doutor em educação pela
UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro) e co-autor do livro
"Políticas Educacionais de Redução da Violência: Mediação do
Conflito Escolar" (editora Biruta).
Para o autor, a escola tem importância no processo.
Eduardo Brito, pesquisador do
Núcleo de Estudos da Violência
da USP, que estuda conflito nas
escolas, diz que os professores da
rede pública precisam ser treinados para receber uma nova clientela. O público cresceu com a universalização do acesso à educação, e isso cria mais conflitos por
causa da diversidade. Margarida
Barreto, médica do trabalho com
mestrado em psicologia social, diz
que a competitividade excessiva
prejudica as relações pessoais, resultando na intolerância.
Myriam Tricate, diretora-geral
dos colégios particulares Magno e
Mágico de Oz, diz que "o papel da
escola é trabalhar a aceitação da
diferença". O Mágico de Oz tem
um programa em que as crianças
fazem dramatizações para desenvolver a solidariedade.
Para a diretora e orientadora
educacional da Escola Pacaembu,
Vera Lúcia Bonafé, os apelidos
pejorativos não podem ser considerados "brincadeira". Ela diz
que um sinal para os pais identificarem se os filhos estão sofrendo
violência moral na escola é a
criança demonstrar desinteresse
em estudar ou agressividade.
Nas escolas públicas de São
Paulo, alguns programas tentam
reduzir a violência. A Secretaria
Municipal da Educação diz que o
projeto Vida prevê a criação de
comissões de prevenção da violência nas escolas. O alcance é limitado. Segundo a secretaria, o
programa foi implantado em 182
das 1.174 escolas (15,5% do total).
A Secretaria Estadual da Educação diz que o projeto Comunidade Presente, que inclui melhoria
da auto-estima dos alunos, foi implantando em todas as 6.100 escolas da rede.
(APF)
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