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EMBAIXO D'ÁGUA
Prefeitura estuda decretar estado de calamidade pública; cerca de 8.000 imóveis foram afetados
Chuva deixa 31 mil desabrigados no Acre
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
As chuvas que atingem o Acre já
deixaram cerca de 31 mil desabrigados na capital do Estado, Rio
Branco, segundo a Defesa Civil. O
número deve aumentar nos próximos dias, com a conclusão de
novos relatórios do órgão sobre
os estragos causados. Nenhuma
morte foi registrada.
A quantidade de desabrigados
representa 10,17% da população
da capital. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
calcula em 305.731 o número de
moradores de Rio Branco.
Ontem, às 16h (horário de Brasília), o rio Acre, que passa pelo
centro do município, estava com
um nível de 16,58 metros. A partir
dos 14 metros, há transbordamento, informou a Defesa Civil.
"Está subindo [o nível do rio]
um centímetro por hora. O índice
mais alto foi registrado em 1997,
quando houve a marca de 17,66
metros", disse o coordenador
municipal do órgão, coronel Gilvan Vasconcelos. Choveu na cidade praticamente o dia inteiro de
ontem -às 22h, ela parou.
Vasconcelos admitiu a possibilidade de a prefeitura declarar estado de calamidade pública em
Rio Branco. "A situação está sendo analisada. Poderá ser decretado. Vinte e quatro bairros estão
submersos. Quase 8.000 imóveis
foram afetados."
O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim (PT), já havia
decretado situação de emergência
no município por causa das fortes
chuvas que atingem Rio Branco
desde o início de fevereiro.
Em 32 escolas as aulas foram
suspensas para que os imóveis sejam utilizados como abrigos para
as famílias desalojadas.
"Levamos as famílias para um
ginásio coberto, que já está lotado. Transferimos outros desabrigados para o parque de exposições, que também já lotou. Agora
estamos utilizando as escolas."
Prejuízos
A Prefeitura de Rio Branco, por
intermédio de sua assessoria de
imprensa, disse que relatórios
parciais apontam um prejuízo de
cerca de R$ 650 mil com as chuvas
na capital.
Na tarde de ontem, os bairros
afetados estavam sem energia elétrica e sem fornecimento de água.
A medida de interromper o fornecimento de energia elétrica, segundo o órgão, ocorreu por precaução, em razão do nível da
água, em alguns bairros, estar
próximo aos fios da rede elétrica.
Já o abastecimento de água foi
suspenso porque parte da rede
que leva água à população da cidade foi destruída.
Equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e do Exército,
além de voluntários, realizavam,
até o fechamento desta edição,
resgates de moradores que ficaram ilhados em bairros da capital.
Muitos moradores estão utilizando canoas e pequenos barcos
para deixar os imóveis atingidos
pela água.
Uma reunião entre membros
dos governos municipal e estadual será realizada hoje para avaliar medidas de combate aos danos registrados na cidade.
No interior do Estado, de acordo com a Defesa Civil, a situação é
de normalidade. Um monitoramento está sendo feito pelo órgão
nos rios do Acre.
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