São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EMBAIXO D'ÁGUA

Prefeitura estuda decretar estado de calamidade pública; cerca de 8.000 imóveis foram afetados

Chuva deixa 31 mil desabrigados no Acre

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

As chuvas que atingem o Acre já deixaram cerca de 31 mil desabrigados na capital do Estado, Rio Branco, segundo a Defesa Civil. O número deve aumentar nos próximos dias, com a conclusão de novos relatórios do órgão sobre os estragos causados. Nenhuma morte foi registrada.
A quantidade de desabrigados representa 10,17% da população da capital. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calcula em 305.731 o número de moradores de Rio Branco.
Ontem, às 16h (horário de Brasília), o rio Acre, que passa pelo centro do município, estava com um nível de 16,58 metros. A partir dos 14 metros, há transbordamento, informou a Defesa Civil.
"Está subindo [o nível do rio] um centímetro por hora. O índice mais alto foi registrado em 1997, quando houve a marca de 17,66 metros", disse o coordenador municipal do órgão, coronel Gilvan Vasconcelos. Choveu na cidade praticamente o dia inteiro de ontem -às 22h, ela parou.
Vasconcelos admitiu a possibilidade de a prefeitura declarar estado de calamidade pública em Rio Branco. "A situação está sendo analisada. Poderá ser decretado. Vinte e quatro bairros estão submersos. Quase 8.000 imóveis foram afetados."
O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim (PT), já havia decretado situação de emergência no município por causa das fortes chuvas que atingem Rio Branco desde o início de fevereiro.
Em 32 escolas as aulas foram suspensas para que os imóveis sejam utilizados como abrigos para as famílias desalojadas.
"Levamos as famílias para um ginásio coberto, que já está lotado. Transferimos outros desabrigados para o parque de exposições, que também já lotou. Agora estamos utilizando as escolas."

Prejuízos
A Prefeitura de Rio Branco, por intermédio de sua assessoria de imprensa, disse que relatórios parciais apontam um prejuízo de cerca de R$ 650 mil com as chuvas na capital.
Na tarde de ontem, os bairros afetados estavam sem energia elétrica e sem fornecimento de água.
A medida de interromper o fornecimento de energia elétrica, segundo o órgão, ocorreu por precaução, em razão do nível da água, em alguns bairros, estar próximo aos fios da rede elétrica.
Já o abastecimento de água foi suspenso porque parte da rede que leva água à população da cidade foi destruída.
Equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e do Exército, além de voluntários, realizavam, até o fechamento desta edição, resgates de moradores que ficaram ilhados em bairros da capital.
Muitos moradores estão utilizando canoas e pequenos barcos para deixar os imóveis atingidos pela água.
Uma reunião entre membros dos governos municipal e estadual será realizada hoje para avaliar medidas de combate aos danos registrados na cidade.
No interior do Estado, de acordo com a Defesa Civil, a situação é de normalidade. Um monitoramento está sendo feito pelo órgão nos rios do Acre.


Texto Anterior: Barbárie: Tráfico expõe jovem decapitado no RJ
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.