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ADMINISTRAÇÃO
Proposta envolve renegociação polêmica
Cessão de prédio do Banespa à prefeitura é aprovada na Câmara
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de se arrastar há anos,
uma dívida pública de R$ 885 milhões, em valores de 2002, é reduzida para R$ 156 milhões, para pagamento em quatro parcelas
anuais. O credor ainda cede ao
devedor um imóvel avaliado hoje
em R$ 22 milhões e se compromete a investir R$ 36 milhões em
projetos sociais para a cidade.
Há, porém, dúvidas sobre a
prescrição da dívida e sobre a validade de documentos que permitiriam sua renegociação. Esses são
os ingredientes da polêmica em
torno de projeto aprovado ontem
na Câmara Municipal que envolve a SPTrans (São Paulo Transporte), a prefeitura e o Banespa.
O projeto, que ainda depende
de mais uma votação para virar lei
e permitir a negociação, prevê
que o débito, da SPTrans, será
transferido para a prefeitura. No
acordo, a prefeitura ganharia um
prédio do banco na praça Patriarca, condições que fizeram vereadores levantarem suspeita quanto
ao acordo em discussão entre a
administração e o Banespa.
No PMDB e no PC do B, por
exemplo, vereadores defenderam
ontem a necessidade de um parecer da Secretaria de Negócios Jurídicos atestar se a dívida não prescreveu -a pendência é resultado
de empréstimos feitos entre 1984
e 1988 pela extinta CMTC (Companhia de Transportes Coletivos)
para a compra de 750 ônibus. Eles
também querem que as condições do acordo sejam incluídas no
texto do projeto a fim de evitar
que elas não sejam cumpridas.
Segundo o líder do governo na
Câmara, João Antônio (PT), o parecer chegará ao Legislativo antes
da votação final da proposta. Ele
descartou irregularidades na negociação. Para ele, o banco, que
move uma ação na Justiça contra
a prefeitura para receber a dívida,
resolveu reduzir o valor do débito
para antecipar seu recebimento.
(JOÃO CARLOS SILVA)
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