São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2011

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ALDO DA CUNHA REBOUÇAS (1937-2011)

O professor e o catecismo da água

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A missão que o cearense Aldo da Cunha Rebouças dizia ter era a de "catequizar" as pessoas sobre a questão da água. Professor emérito do Instituto de Geociências da USP, ele se dedicou ao estudo das águas subterrâneas no país e formou uma geração de profissionais da área.
Filho de um pedreiro, Aldo nasceu em Peixe Gordo, próximo ao litoral cearense, numa família de 16 irmãos. O pai, preocupado com a educação dos filhos, montou uma escola dentro de casa.
Em 1962, ele se formou em geologia pela Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Após sair da faculdade, foi trabalhar na Sudene, onde fez um programa de mapeamento hidrogeológico do Nordeste, segundo o filho André, também geólogo.
O mestrado (1964) e o doutorado (1973) foram na França. Já o pós-doutorado (1986) foi concluído na Universidade Stanford, nos EUA.
Na década de 1970, após convite da USP, Aldo passou a trabalhar na instituição, onde criou um centro de pesquisa de águas subterrâneas.
André, que foi aluno dele, diz que o pai não se limitava a passar a matéria; também desafiava os alunos. O filho trabalha hoje com a recuperação de águas subterrâneas.
Casado havia 45 anos com a dona de casa Suzana, Aldo teve ao todo três filhos. Era, segundo a família, muito presente. Os almoços em casa eram para ele um ritual.
Nos últimos anos, já aposentado, sofria de Parkinson. Morreu anteontem, aos 73, de falência respiratória. Teve dois netos. Pediu que suas cinzas fossem lançadas na água do mar, para onde corre todo rio, como dizia.

coluna.obituario@uol.com.br


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