São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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RECICLAGEM

Entidades estimam que seriam necessários cerca de R$ 10 milhões para ampliar a capacidade das cooperativas

Prefeitura de SP vai incentivar cooperativas

DA REPORTAGEM LOCAL

O apoio do poder público é fundamental para os catadores de material reciclável, e a Prefeitura de São Paulo promete fazer o seu papel. O secretário da Assistência Social, Evilásio Farias, afirma que, com o suporte da sua pasta, até o fim do ano terão sido criadas quatro novas cooperativas, cada uma delas com cem membros.
"A primeira já está sendo organizada na região da Mooca (zona leste)", disse. De acordo com o secretário, a prefeitura não assumirá uma postura assistencialista, mas será um "agente catalisador".
A prefeita Marta Suplicy (PT), por sua vez, se comprometeu com o Fórum Lixo e Cidadania de São Paulo e o Fórum Recicla São Paulo a incluir as cooperativas e associações de catadores na próxima licitação para a limpeza pública.
Marta prometeu reservar uma parte da verba prevista no novo edital (até R$ 468 milhões, em contratos de um ano) para a coleta seletiva que deverá ser feita, ao menos em parte, pelos catadores.
Segundo os cálculos dos fóruns, seriam necessários cerca de R$ 10 milhões para duplicar o número de cooperativas em atividade e aumentar sua capacidade de coleta para 9.000 toneladas mensais.
Pelos dados do Fórum Recicla São Paulo, pelo menos 11 associações organizadas reúnem 626 catadores na Grande São Paulo.
Outra reivindicação é a cessão de áreas municipais. A Coopamare (Cooperativa de Catadores de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis), por exemplo, funciona embaixo de um viaduto e foi ameaçada de desapropriação na gestão Paulo Maluf (92-96).
Há experiências bem-sucedidas de parcerias com prefeituras nas maiores capitais do país.
Em Porto Alegre (RS), por exemplo, as cooperativas são ativas na discussão do orçamento participativo e conseguem de R$ 150 mil a R$ 200 mil por ano da prefeitura. Na gestão anterior, de Raul Pont (PT), o município liberou uma verba total aproximada de R$ 1,4 milhão, usada na construção de 12 galpões de triagem e depósito de materiais recicláveis.
"O primeiro passo para o sucesso é a prefeitura apoiar a iniciativa", afirma "dona Geralda", coordenadora e uma das fundadoras da Asmare, de Belo Horizonte. Em 91, a sede da associação foi destruída por fiscais. Em 92, a prefeitura construiu o primeiro galpão da Asmare.
Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Salvador (BA), Curitiba (PR) e João Pessoa (PB) também apóiam cooperativas, que fazem a coleta seletiva em alguns bairros.
(MARIANA VIVEIROS)


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