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RECICLAGEM
Entidades estimam que seriam necessários cerca de R$ 10 milhões para ampliar a capacidade das cooperativas
Prefeitura de SP vai incentivar cooperativas
DA REPORTAGEM LOCAL
O apoio do poder público é fundamental para os catadores de
material reciclável, e a Prefeitura
de São Paulo promete fazer o seu
papel. O secretário da Assistência
Social, Evilásio Farias, afirma que,
com o suporte da sua pasta, até o
fim do ano terão sido criadas quatro novas cooperativas, cada uma
delas com cem membros.
"A primeira já está sendo organizada na região da Mooca (zona
leste)", disse. De acordo com o secretário, a prefeitura não assumirá uma postura assistencialista,
mas será um "agente catalisador".
A prefeita Marta Suplicy (PT),
por sua vez, se comprometeu com
o Fórum Lixo e Cidadania de São
Paulo e o Fórum Recicla São Paulo a incluir as cooperativas e associações de catadores na próxima
licitação para a limpeza pública.
Marta prometeu reservar uma
parte da verba prevista no novo
edital (até R$ 468 milhões, em
contratos de um ano) para a coleta seletiva que deverá ser feita, ao
menos em parte, pelos catadores.
Segundo os cálculos dos fóruns,
seriam necessários cerca de R$ 10
milhões para duplicar o número
de cooperativas em atividade e
aumentar sua capacidade de coleta para 9.000 toneladas mensais.
Pelos dados do Fórum Recicla
São Paulo, pelo menos 11 associações organizadas reúnem 626 catadores na Grande São Paulo.
Outra reivindicação é a cessão
de áreas municipais. A Coopamare (Cooperativa de Catadores de
Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis), por exemplo, funciona
embaixo de um viaduto e foi
ameaçada de desapropriação na
gestão Paulo Maluf (92-96).
Há experiências bem-sucedidas
de parcerias com prefeituras nas
maiores capitais do país.
Em Porto Alegre (RS), por
exemplo, as cooperativas são ativas na discussão do orçamento
participativo e conseguem de R$
150 mil a R$ 200 mil por ano da
prefeitura. Na gestão anterior, de
Raul Pont (PT), o município liberou uma verba total aproximada
de R$ 1,4 milhão, usada na construção de 12 galpões de triagem e
depósito de materiais recicláveis.
"O primeiro passo para o sucesso é a prefeitura apoiar a iniciativa", afirma "dona Geralda", coordenadora e uma das fundadoras
da Asmare, de Belo Horizonte.
Em 91, a sede da associação foi
destruída por fiscais. Em 92, a
prefeitura construiu o primeiro
galpão da Asmare.
Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Salvador (BA), Curitiba
(PR) e João Pessoa (PB) também
apóiam cooperativas, que fazem a
coleta seletiva em alguns bairros.
(MARIANA VIVEIROS)
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