DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde ainda não conseguiu formar uma rede de hospitais gerais e centros de referência com melhor remuneração para assistência a queimados.
Em 21 de novembro de 2000, o ministro da Saúde, José Serra, assinou portaria em que estabelecia a criação da rede com 68 centros de referência distribuídos pelo país. Até agora, somente 15 centros foram cadastrados -12 em São Paulo, dois em Tocantins e um no Ceará.
Outros três Estados já enviaram propostas de cadastramento que ainda estão sob avaliação: Minas Gerais, com sete centros, Goiás e Espírito Santo, com dois centros cada um.
Segundo a coordenadora do programa de queimados da Secretaria da Saúde de São Paulo, Gilka Lima Nery, que assessora o ministério, a previsão era que a rede estivesse montada em abril. Só no próximo mês os centros e hospitais cadastrados passarão a receber mais.
O diretor do Departamento de Sistemas e Redes Assistenciais do ministério, Alberto Beltrame, admite que o número de centros cadastrados ainda é pequeno, mas afirma que os Estados têm dificuldades porque a portaria tem critérios muito exigentes de adequação, como equipamentos e número de leitos. "A montagem da rede não é simples", disse.
Para alguns procedimentos, o ministério passará a pagar até 100% mais do que antes da formação da rede, afirmou Beltrame.
O SUS também passará a cobrir os custos do fornecimento de malha compressiva para queimados, utilizada para diminuir as cicatrizes. Segundo médicos, no entanto, o valor que será pago está muito abaixo do que é cobrado no mercado, o que deve dificultar o fornecimento.

Melhor assistência
Para Beltrame, não faltam leitos para queimados, mas organização. O presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras, Marcelo Borges, disse que a assistência deve ser melhorada para diminuir o número de sequelas nas vítimas.
Durante o 3º Congresso Brasileiro de Queimaduras, em Porto Alegre, será realizado o primeiro curso para formar 60 especialistas no atendimento de emergência a queimados. (FL)


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