São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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OUTRO LADO

Limpurb suspende pagamentos; empresas negam haver esquema

DA REPORTAGEM LOCAL

O Limpurb, em nota à imprensa, classificou a ação da Promotoria como "desmedida e desnecessária" e disse ter aberto uma comissão para apurar as denúncias. Enquanto isso, segundo o departamento, estão suspensos os pagamentos à empresa Cliba.
A prefeitura sustenta a crítica à ação da Promotoria no fato de o Limpurb ter encaminhado ao promotor Silvio Marques, ontem de manhã, por fax, um ofício informando "os procedimentos adotados". A manifestação do governo foi uma reação à entrevista concedida anteontem à noite a um jornalista, na qual o repórter mostrou ao Limpurb cópias de alguns documentos que integram a investigação da promotoria.
A Cliba, por sua vez, disse confiar na apuração do Ministério Público e negou haver irregularidade na execução do contrato.
"A gente confia na investigação da Promotoria. Com a apreensão dos documentos, eles vão analisar e verificar que não há nada, que as denúncias são infundadas", afirmou à Folha o presidente da empresa, José Luiz de Souza Filho.
Souza Filho disse ainda que uma equipe de serviços diversos retira entulho do trecho da rua Abel Tavares que não tem asfalto. Depois, ainda segundo ele, a Cliba faz a compensação desse trecho com a varrição da rua Figueira da Polinésia, que não era prevista.
Sobre as empresas Vega e Queiroz Galvão, o Limpurb disse ter feito uma apuração interna "antes mesmo de qualquer denúncia do Ministério Público". O relatório dessa apuração teria sido encaminhado à Promotoria em 12 de janeiro. Os serviços, prossegue o Limpurb, também teriam sido auditados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).
Três páginas do relatório do TCM foram encaminhadas à reportagem. Nelas, o tribunal afirma que acompanhou os fiscais em ações na Casa Verde (Queiroz Galvão), no Ipiranga (Vega), no Butantã (Marquise) e na Cidade Ademar (Qualix) nos dias 17 e 18 de fevereiro deste ano. Conclui que os serviços foram feitos. As denúncias contra a Queiroz Galvão, no entanto, citavam a área de Pirituba e Jaraguá.
A Vega emitiu uma nota dizendo que desconhece a origem e o teor das denúncias, "não podendo se posicionar". O comunicado a Vega diz ainda que "não compactua com nenhum ato que possa representar a prática de irregularidades por parte de seus funcionários" e "garante que tal prática não existe na empresa".
A Folha não conseguiu localizar nenhum representante da Queiroz Galvão no começo da noite de ontem. (SC e AI)


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