São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2008

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18 pessoas são denunciadas por fraude em leite

Suspeitos adicionaram soda cáustica ao produto, diz Ministério Público Federal

Adulteração, desvendada pela Polícia Federal em outubro de 2007, ocorria para aumentar o volume e o prazo de validade do leite

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

O Ministério Público Federal denunciou ontem 18 pessoas sob acusação de envolvimento em adulteração no leite captado na Copervale (Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande), em Uberaba (472 km de Belo Horizonte). A denúncia é desdobramento da Operação Ouro Branco da Polícia Federal, deflagrada em outubro do ano passado.
Os denunciados -funcionários e diretores da Copervale, o químico responsável pela fórmula de adulteração e um fiscal agropecuário federal- são acusados de praticar crime contra a saúde pública e por formação de quadrilha.
Segundo a Procuradoria, eles são suspeitos de adulterar o leite para aumentar o volume e o prazo de validade do produto, pela adição de compostos como soda cáustica e ácido nítrico.
A ação da Polícia Federal, na época, desvendou um suposto esquema de fraude no leite praticado por duas cooperativas mineiras, a Copervale e a Casmil (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), sediada em Passos (356 km de Belo Horizonte). Segundo o MPF, o inquérito policial que investiga a Casmil está em andamento.
A fraude ocorria havia aproximadamente dois anos, de acordo com a denúncia envolvendo a Copervale.
O leite era entregue pelos cerca de 900 pequenos produtores rurais ligados à cooperativa e, durante o beneficiamento, uma solução química composta por soda cáustica, ácido cítrico, citrato de sódio, sal, açúcar e água era adicionada ao produto para aumentar o volume e o prazo de validade.
Se a denúncia for aceita pela Justiça, os acusados serão processados por crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 11 anos de prisão para cada um.
A Procuradoria pediu que parte dos funcionários denunciados tenham os benefícios da delação premiada -quando a pessoa que coopera com a investigação tem a pena reduzida.


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