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PM amplia blitze e prende mais por lei seca
Entre maio de 2009 e abril de 2010, mais que dobrou o número de operações de fiscalização de motoristas em São Paulo
Para PM, redução de mortes no trânsito não foi maior porque aumento da frota elevou o número de inexperientes ao volante
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de operações da
Polícia Militar na capital paulista para flagrar motoristas alcoolizados -ao contrário do
que alguns pensam- tem aumentado a cada dia.
Do início do ano até abril, a
PM fez uma média de 661 blitze
da lei seca por mês ou quase 150
a mais do que nesse mesmo período do ano passado.
Com isso, a média mensal de
pessoas presas por embriaguez
ao volante cresceu quase 50%:
passou de 51 para 75 prisões.
Também cresceu o número
de pessoas autuadas por dirigir
embriagadas e que perderam o
direito de dirigir por 12 meses.
A média mensal foi de 201 para
498 casos. Os infratores são
multados em R$ 957,70.
São presos aqueles que excedem o limite de álcool de 6 dg/l
de sangue (algo perto de dois
copos de cerveja, mas varia
conforme a pessoa).
Além de aumentar o número
de operações, a polícia mudou,
em setembro de 2009, a metodologia de abordagem. Desde
então, explodiu o número de
pessoas submetidas ao bafômetro. A média mensal passou de
8.828 testes, em 2009, para
18.848 neste ano.
Desde junho de 2008, quando a lei foi implantada, foram
presas em média duas pessoas
por dia -1.357 no total.
Na delegacia, a pessoa tem a
possibilidade de pagar uma
fiança entre R$ 300 e R$ 1.200
(mais ricos pagam mais caro)
para poder aguardar seu julgamento em liberdade. Se condenada, pode pegar de seis meses
a três anos de detenção.
Até setembro do ano passado, a polícia fazia uma seleção
aleatória dos motoristas a serem submetidos ao teste. Os
carros passavam em fila única
e, desses, o policial escolhia um
ou outro para o teste.
Agora, todos os motoristas
são obrigados a realizar um teste preliminar quando entram
em determinada via e sem precisar descer do veículo. Se houver alguma alteração, o infrator
recebe a ordem para estacionar
o carro, realizar novo teste
(mais rigoroso) e ser autuado.
Mortes
Apesar do aumento das blitze, os números de mortes no
trânsito não tiveram grande
queda. Os homicídios culposos
(sem intenção) por acidente de
trânsito caíram 21% na capital,
comparando o trimestre deste
ano com o de 2007.
A queda foi inferior ao número de pessoas flagradas. Em
2007, a cada cem pessoas paradas pela polícia, 17 delas tinham bebido. Em 2010, esse
número caiu para dois.
Para o capitão Sérgio Marques, especialista em legislação
de trânsito da PM, um dos motivos para a queda não ter sido
tão grande foi que, desde de junho de 2008, a frota da capital
teve um incremento médio de
926 veículos por dia.
Com essa nova frota, Marques diz ver o crescimento de
inexperientes ao volante.
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