São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2010

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PM amplia blitze e prende mais por lei seca

Entre maio de 2009 e abril de 2010, mais que dobrou o número de operações de fiscalização de motoristas em São Paulo

Para PM, redução de mortes no trânsito não foi maior porque aumento da frota elevou o número de inexperientes ao volante

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de operações da Polícia Militar na capital paulista para flagrar motoristas alcoolizados -ao contrário do que alguns pensam- tem aumentado a cada dia.
Do início do ano até abril, a PM fez uma média de 661 blitze da lei seca por mês ou quase 150 a mais do que nesse mesmo período do ano passado.
Com isso, a média mensal de pessoas presas por embriaguez ao volante cresceu quase 50%: passou de 51 para 75 prisões.
Também cresceu o número de pessoas autuadas por dirigir embriagadas e que perderam o direito de dirigir por 12 meses. A média mensal foi de 201 para 498 casos. Os infratores são multados em R$ 957,70.
São presos aqueles que excedem o limite de álcool de 6 dg/l de sangue (algo perto de dois copos de cerveja, mas varia conforme a pessoa).
Além de aumentar o número de operações, a polícia mudou, em setembro de 2009, a metodologia de abordagem. Desde então, explodiu o número de pessoas submetidas ao bafômetro. A média mensal passou de 8.828 testes, em 2009, para 18.848 neste ano.
Desde junho de 2008, quando a lei foi implantada, foram presas em média duas pessoas por dia -1.357 no total.
Na delegacia, a pessoa tem a possibilidade de pagar uma fiança entre R$ 300 e R$ 1.200 (mais ricos pagam mais caro) para poder aguardar seu julgamento em liberdade. Se condenada, pode pegar de seis meses a três anos de detenção.
Até setembro do ano passado, a polícia fazia uma seleção aleatória dos motoristas a serem submetidos ao teste. Os carros passavam em fila única e, desses, o policial escolhia um ou outro para o teste.
Agora, todos os motoristas são obrigados a realizar um teste preliminar quando entram em determinada via e sem precisar descer do veículo. Se houver alguma alteração, o infrator recebe a ordem para estacionar o carro, realizar novo teste (mais rigoroso) e ser autuado.

Mortes
Apesar do aumento das blitze, os números de mortes no trânsito não tiveram grande queda. Os homicídios culposos (sem intenção) por acidente de trânsito caíram 21% na capital, comparando o trimestre deste ano com o de 2007.
A queda foi inferior ao número de pessoas flagradas. Em 2007, a cada cem pessoas paradas pela polícia, 17 delas tinham bebido. Em 2010, esse número caiu para dois.
Para o capitão Sérgio Marques, especialista em legislação de trânsito da PM, um dos motivos para a queda não ter sido tão grande foi que, desde de junho de 2008, a frota da capital teve um incremento médio de 926 veículos por dia.
Com essa nova frota, Marques diz ver o crescimento de inexperientes ao volante.


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