São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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Policiais do Depatri são afastados e podem ser acusados de 9 crimes

da Reportagem Local

A Polícia Civil afastou ontem do serviço os três policiais da Delegacia de Furtos de Fios do Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio) acusados de extorquir R$ 5.000 e um Monza de um camelô.
O relatório final da apuração preliminar da Corregedoria da Polícia Civil concluiu pela existência, em tese, de nove crimes. Além dos policiais, outros dois acusados ainda não foram identificados.
Todos poderão ser acusados de lesão corporal, violação de domicílio, extorsão mediante sequestro, formação de quadrilha, concussão (crime do funcionário público que exige propina), prevaricação (deixar de cumprir a lei), violência arbitrária, tortura e abuso de autoridade.
"O relatório da corregedoria é contundente, que é o que se espera do órgão apurador quando há denúncias graves como esta", disse o ouvidor da Polícia de São Paulo, Benedito Domingos Mariano.
Os policiais já foram reconhecidos por fotografias e pessoalmente. A corregedoria suspeita que os dois outros acusados sejam informantes. A apuração do caso começou após o camelô ter procuradora a ouvidoria.
De acordo com a denúncia, o camelô estava na estrada de Parelheiros (zona sul de São Paulo) em seu Monza quando foi parado por um carro do Depatri com cinco policiais -um deles seria amigo de um camelô com quem a vítima teria brigado havia 20 dias.
Levado a um matagal, ele teria sido espancado, e sua mulher obrigada a entregar R$ 5.000 para soltá-lo. Além do dinheiro, os policiais teriam espancado a vítima e ficado com o Monza.
"Em dois anos de ouvidoria, nós já punimos 1.382 policiais", afirmou o ouvidor. Ele disse que está preparando um projeto que visa criar as carreiras de policial-corregedor. (MG)


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