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EDUCAÇÃO
Dirigentes universitários se recusam a fornecer ao ministério relação de grevistas; nova reunião ocorre hoje
MEC ameaça com destituição de reitores
FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local
ANA LÚCIA SCHETTINO
da Sucursal de Brasília
A greve nas universidades federais atingiu ontem o ponto de
maior confronto desde seu início,
no dia 31 de março. Os reitores
mantiveram em reunião em Brasília a decisão de não entregar ao
MEC (Ministério da Educação) listas com os nomes dos grevistas,
para que seus salários sejam descontados.
Pouco depois, o secretário-executivo do MEC e um dos principais
assessores do ministro Paulo Renato Souza, Luciano Oliva Patricio, disse: "Estamos trabalhando
com a perspectiva de não chegarmos à situação limite, já determinada em lei, que é a intervenção"
nas universidades.
O problema é que o decreto que
fundamenta a decisão do MEC de
não pagar os salários dos grevistas
determina a exoneração das "chefias" -ou reitores- que não nomearem grevistas (leia texto abaixo).
Para o presidente da Andifes
(Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), José Ivonildo do
Rêgo, a falta de pagamento -previsto para a próxima segunda-feira- pode aumentar o número de
professores em greve.
Hoje, será realizada, em Brasília,
nova reunião com os reitores das
52 instituições federais de ensino
superior para avaliar a posição da
Andifes e discutir saídas para o impasse crescente.
Ofício
Em ofício assinado por Luciano
Patrício e enviado às universidades no dia 13 de maio, o ministério
informou que a liberação da folha
de pagamento referente ao mês de
maio será condicionada ao fornecimento das informações pedidas
e à normalização das atividades
com apresentação do calendário
de reposição dos dias parados.
O presidente da Andifes disse
que o procedimento dos reitores
foi repassar, normalmente, a folha
de pagamento, sem especificar se
há ou não movimento grevista.
"Não vamos prestar esse tipo de
informação por entender que os
dias parados têm vinculação direta
com a reposição do calendário escolar", disse ele.
Ele disse que "se houver o corte
dos dias parados, os professores
não vão querer fazer reposição". A
atuação dos reitores, segundo ele,
objetiva construir um canal de
mediação entre o MEC e os professores.
O vice-presidente da Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior),
Fernando Pires, disse que "a
ameaça do ministério não afeta a
condução da greve". Nas assembléias dos professores realizadas
no último final de semana, a decisão foi de continuar com o movimento de paralisação.
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