|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sigilo da operação foi rompido
DA SUCURSAL DO RIO
Planejada sigilosamente pelo Ministério Público depois de cerca de 20 dias de escuta telefônica e 400 horas de gravação, a operação em Bangu 1 "vazou" antes de acontecer.
A promotora que está à frente do caso, Valéria Videira, irritou-se quando, ao chegar a Bangu 1, na manhã de anteontem, encontrou o então diretor do presídio,
Durval Pereira de Melo, e o diretor do Desipe (Departamento do
Sistema Penitenciário), Edson de Oliveira Rocha Júnior.
Melo contou em seu depoimento que, ao vê-lo na porta do presídio, a promotora demonstrou irritação e disse que a operação teria "vazado".
O diretor do Desipe disse então à promotora que fora avisado pelo comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), Venâncio Moura. O Ministério Público havia solicitado apoio da unidade para a busca em
Bangu 1.
Procurado pela Folha,
Moura não confirmou nem desmentiu a declaração de Rocha Júnior.
"Se o diretor do Desipe disse que foi avisado por mim sobre o fato, talvez ele esteja falando a verdade. Não vou comentar o assunto porque não gosto de criar polêmica. Quando for convocado para depor, contarei o que aconteceu", afirmou.
A juíza Sônia Maria Garcia Gomes Pinto confirmou que houve vazamento de informações, mas disse que preferia não comentar o assunto.
O delegado Irineu Barroso, da 34ª Delegacia Policial, afirmou que o vazamento pode ter atrapalhado o resultado da busca. "Quem garante que os presos não
tiveram tempo de esconder outros equipamentos?", questionou.
Todo o material apreendido em Bangu 1 foi encaminhado ao Icce (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), da Polícia Civil, para realização de perícia técnica. Segundo o delegado, o resultado da perícia deverá sair em 30 dias.
Texto Anterior: "Gravação e celular levantam suspeita contra a direção" Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: "Do que a terra mais garrida..." Índice
|