São Paulo, domingo, 20 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACIDENTE

Quatro pessoas morreram depois de rompimento de barragem na PB

Após inundação, equipes buscam 20

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Quatro pessoas morreram em razão da inundação decorrente do rompimento da Barragem de Camará (152 km a oeste de João Pessoa), no município de Alagoa Grande -o mais atingido pelas águas. O coordenador da Defesa Civil da Paraíba, coronel Álvaro Pontes, informou ainda que equipes de resgate buscavam ontem cerca de 20 desaparecidos.
A Defesa Civil confirmava até anteontem três mortes -José Pedro Soares, 70, Palmira Rocha da Silva, 83, e Wellington Sobral- e um desaparecido. No novo cômputo há 4.000 desabrigados -3.000 só em Alagoa Grande. Alagoa Grande, de 28.874 habitantes (segundo o IBGE), foi a cidade mais atingida. Lá, ao menos duas pessoas haviam morrido. O município é o primeiro às margens do curso do rio Mamanguape após a barragem.
O rompimento do reservatório ocorreu na noite de quinta-feira. Um buraco de 20 m de altura por de 15 m de largura no seu ponto mais extenso provocou o vazamento de cerca de 17 milhões de m3 de água que estava armazenada, 64% da capacidade total do reservatório -26,5 milhões de m3.
Em Alagoa Grande, o abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica, interrompidos desde a quinta à noite, ainda não haviam sido restabelecidos ontem. A rede telefônica voltou a funcionar na noite de anteontem.
Diversos pontos da cidade seguiam alagados. Moradores, voluntários, bombeiros, policiais e soldados se revezavam no trabalho de limpeza da lama, que chegava a um metro de altura.

Situação de caos
A estudante Danielle Fabiane Pedrosa da Silva, 23, conversou com a reportagem pelo telefone público em frente à prefeitura.
"A situação está um caos por aqui. Tem gente chorando por todo lado. Quem tem um pouco mais de condições compra água mineral para beber e cozinhar."
A escassez já inflacionou o preço da água. Uma garrafa de um litro, vendida por R$ 1,80 antes do acidente, estava sendo comercializada a R$ 3 no único ponto da cidade onde era possível fazer comércio, um posto de gasolina perto da saída de Alagoa Grande.
O Ministério da Integração Nacional informou que hoje chegarão à região 144 toneladas de alimentos. Além dos alimentos mandados pelo governo federal, foram enviados 14 kits com medicamentos, que podem atender a 3.000 pessoas durante um mês. Também foram liberados R$ 200 mil para a compra de 10 mil conjuntos de colchões e cobertores.


Texto Anterior: Lazer: Evento fecha a avenida Paulista a partir das 9h
Próximo Texto: Saúde: Ar frio e seco eleva casos de infecções
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.