São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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Pesquisa mostra que SP pode receber mais 11 shoppings

Além dos seis em construção, cidade tem demanda para receber mais cinco centros

ROBERTO DE OLIVEIRA
MALU TOLEDO
DA REVISTA SÃOPAULO

Além dos seis shoppings em construção, São Paulo tem condições de receber cinco novos centros, segundo pesquisa do Ibope-Inteligência, obtida com exclusividade pela revista sãopaulo.
Até 2012, a cidade vai ganhar seis empreendimentos. Em 1990, SP tinha 15 shoppings. Hoje, eles são 50, e 11 deles estão com tapumes por causa das obras.
A repaginada inclui tanto áreas de entretenimento e lazer quanto lojas. E, é claro, vagas de estacionamento -hoje são 130 mil, informa a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).
De acordo com a pesquisa, há demanda para construir dois novos shoppings na zona sul, um na norte, um na leste e outro na oeste.
Os números provam que paulistano adora um shopping. Cerca de 2,9 milhões de pessoas vão a esses centros por dia na capital paulista.
Até dezembro, quando o comércio alcança o pico natalino de vendas, São Paulo terá quase mil novas lojas. Só em shoppings.
O aumento de dinheiro em circulação, impulsionado pela ascensão das classes C e D, é um dado respeitável.
Tanto que a zona sul vai ganhar um shopping voltado para a nova classe média. O Mais Shopping Largo 13, em Santo Amaro, é um investimento de R$ 200 milhões.
"É uma classe que quer ofertas de acordo com as suas necessidades", explica Marcos Romiti, CEO da REP Centros Comerciais, responsável pelo empreendimento.
O shopping classe C vai ter 400 lojas, além de oito salas de cinema no formato "stadium" (iguais às do Cidade Jardim, 40 cm de distância entre uma poltrona e outra). Quando o assunto é conforto, não há distinção social. Todos querem ar-condicionado, praça de alimentação e opções de entretenimento.

FENÔMENO PAULISTANO
Seja na classe A, seja na classe C, São Paulo exibe outra característica bem peculiar que ajuda a explicar o "boom" dos shoppings.
É o fenômeno chamado de "bairrização" da cidade: ou seja, alguns bairros ostentam perfil -e dinheiro- de uma verdadeira cidade grande.
Um bom exemplo é o Pátio Higienópolis. No final dos anos 1990, os moradores chegaram a organizar um abaixo-assinado contra a obra. Hoje, o lugar vive lotado e está prestes a inaugurar uma nova ala.
Até o trânsito tem contribuído para a proliferação de shoppings. Como o paulistano não encontra disposição para encarar mais engarrafamentos por uma simples comprinha, o ideal é que ele encontre tudo o mais perto possível de sua casa.
Mesmo os dois recentes assaltos a lojas no Cidade Jardim não afetaram a popularidade dos shoppings. Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce, afirma que os crimes não afetam a imagem dos centros comercias. "Nenhum frequentador sofreu arranhão nos assaltos", diz.


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