São Paulo, terça-feira, 20 de julho de 2004 |
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CLIMA Três das vítimas foram soterradas em um deslizamento de terra em São Bernardo; em SP, desabamento matou menina Chuva provoca a morte de quatro crianças
DA REPORTAGEM LOCAL DO "AGORA" A chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo por cerca de 18 horas praticamente ininterruptas -entre a noite de domingo e o fim da tarde de ontem- provocou a morte de quatro crianças. Em São Bernardo do Campo, um deslizamento de terra soterrou e matou três crianças. A quarta morte ocorreu na região da represa Guarapiranga (zona sul de São Paulo). Um barranco desabou atingindo uma casa e causando a morte de uma menina de cinco anos, que tinha paralisia cerebral. A mãe conseguiu salvar os outros filhos, mas não teve tempo de retirar a garota. Em São Bernardo, pelo menos outras 11 pessoas sofreram ferimentos leves em conseqüência do acidente. Todas elas foram atendidas no pronto-socorro e liberadas durante o dia. A terra destruiu dois barracos, mas, por causa do risco de novos desabamentos, um total de oito famílias teve de deixar suas casas no Parque São Bernardo, bairro da periferia da cidade que se originou de uma invasão e é reconhecidamente uma área de risco. O escorregamento aconteceu por volta das 3h30 de ontem. As irmãs Bárbara e Leiliane Gouvêa Neves, de cinco e dois anos, respectivamente, dormiam em um dos barracos atingidos e foram soterradas. Cléberson Leonardo Souza Santos, 4, a terceira vítima, morava na casa vizinha. "Quando o barulho começou, achei que fosse um pesadelo. Quando abri os olhos, minhas irmãs já estavam esmagadas sob lama e as paredes do barraco", descreveu o auxiliar de limpeza José Antonio Barros Neves, 23, irmão mais velho de Bárbara e Leiliane. Antonio Neves, 48, pai das meninas, também estava dormindo. Ele conta que acordou no escuro, com o ruído dos barracos sendo engolidos pela lama. "Só deu tempo de pedir a Deus que ajudasse a gente." Neves diz que o guarda-roupa caiu sobre ele e só não o esmagou porque foi escorado pela cama. O barraco onde Ana Carolina Ferreira, 5, vivia com a família desabou por volta das 10h30 de ontem, na região da represa Guarapiranga. O corpo da menina foi encontrado às 17h30. Segundo o subprefeito Marcos Rosatti, a casa atingida fica em um terreno particular invadido há oito anos, em área de risco. Outras dez casas estão no mesmo local. Após o acidente de ontem, todas as famílias deixaram o local. Alagamentos e trânsito Na cidade de São Paulo, por causa da chuva foram registrados, até as 18h30, um total de 26 pontos de alagamento, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências da prefeitura (CGE). Todos eles eram transitáveis, mas complicaram a vida do motorista. De manhã, o pico de congestionamento, às 9h, foi o dobro da média para o horário em uma segunda-feira de julho -mês de férias-, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego): 88 km de vias paradas (a média é de 44 km). À noite, o congestionamento atingiu 94 km às 19h; a média para o horário é de 83 km. Texto Anterior: Em nota, prefeitura cita apuração Próximo Texto: Há 50 anos: Sai hoje o acordo sobre a Indochina Índice |
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