|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para ficar mais tempo com os filhos, executivo adiantou vôo
DA REPORTAGEM LOCAL
Guilherme Reis Pereira, 38,
só queria chegar em casa mais
cedo para aproveitar a noite ao
lado da mulher e dos três filhos,
de 4, 11 e 14 anos, que estão em
férias escolares.
Com uma passagem de Porto
Alegre para São Paulo marcada
para 20h30 de terça-feira, Pereira conseguiu trocar o bilhete
com a companhia, o que lhe garantia o direito de voar mais cedo: às 17h16, no vôo JJ 3054, da
TAM. Ele chegaria a São Paulo
pouco antes das 19h, e a família
estava à sua espera.
"Mas ele não chegou e ainda
nem pudemos identificar seu
corpo", desabafou ontem seu
irmão, que não quis dizer o nome, na porta do IML. "Não dá
para ficar aguardando. Já não
basta a tristeza...", disse.
Ele contou, ainda, que a família está em estado de choque. "É
difícil acreditar que ele tenha
antecipado a viagem. Já estava tudo marcado", afirmou. "Dá
para imaginar que estamos vivendo um pesadelo. Não tenho
condições de falar mais nada..."
Medo de voar
Diretor comercial de uma
empresa de segurança eletrônica, a Plastrom Sensormatic,
Guilherme tinha ido visitar
uma filial em Porto Alegre.
Ele viajava freqüentemente
havia cerca de 12 anos, desde
que entrou na empresa, mas
não gostava nem de aviões e
não escondia de ninguém seu
medo de voar.
Quando precisava pegar um
vôo, contou uma funcionária da
empresa, que era colega de Guilherme, o diretor fazia questão
de que fosse da TAM.
"Ele também preferia viajar
em aeronaves grandes e novas",
afirmou. "Por acreditar que
elas eram mais seguras."
(DANIELA TÓFOLI)
Texto Anterior: Tragédia em Congonhas/Vítimas: Sobrevivente convenceu colega a não pular do prédio Próximo Texto: Tristeza: Vítima havia perdido avô em acidente aéreo Índice
|