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Em setembro, jovem prodígio ia começar doutorado nos EUA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Melhor aluna de sua turma
de medicina na Universidade
Federal de Santa Maria. Primeira colocada na residência
em oncologia do Hospital das
Clínicas de Porto Alegre. Primeiro colocada em um concurso público para médica da prefeitura da capital gaúcha.
Uma das passageiras mortas
dentro do avião da TAM, Lina
Cassol, 28, era uma jovem prodígio. Neste ano, havia sido escolhida pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica como uma das 20 profissionais
mais destacadas em sua especialidade entre médicos de países em desenvolvimento.
Com mestrado em tratamento de câncer de mama pela
PUC-RS, em setembro iria para
a Universidade de Michigan
(EUA), onde daria início à pesquisa para o doutorado. Seu
noivo, que é urologista, também tinha conseguido um emprego nos EUA.
No sábado, ela esteve em São
Sepé (RS), sua cidade natal, para se despedir de familiares que
não podia visitar sempre.
"Ela era um exemplo", afirma a mãe, Gloria Cassol, 55. Lina ia a SP a trabalho. "Ela me
disse que ia para São Paulo na
quarta. Por algum problema,
talvez por medo de não chegar
a tempo, de se atrasar, ela acabou antecipando", diz a mãe.
"Tudo o que ela queria, ela
conseguia", conta o irmão, Daniel Cassol, 25, que estava ontem no Instituto Médico Legal
de SP para viabilizar a ida do
corpo de Lina de volta para o
RS. Ela foi reconhecida graças a
um anel e um colar que usava.
"Minha filha aproveitou a vida em sua plenitude. Ela era tudo para mim. Não sei o que vai
ser agora", diz Gloria.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES, SIMONE IGLESIAS, MARI TORTATO E FLÁVIO ILHA)
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