São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Burocracia impede filho de ver corpo do pai pela última vez

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Depois do choque de perder um parente no maior acidente da aviação aérea brasileira, veio a dor de lidar com a burocracia do enterro.
A família de José Luiz Pinto, 53, gerente comercial do SBT no RS, tentou cremar o corpo para que o filho, que mora na Austrália, pudesse participar de uma última homenagem ao pai, jogando suas cinzas.
Os parentes desistiram da idéia ao saber que há uma lei federal, a 6.015, de 1973, que diz que, em casos de morte violenta -como as que ocorreram no Airbus-A320 da TAM- a cremação só pode ocorrer após a autorização da Justiça. O intuito da norma é que provas de possíveis crimes não sejam destruídas. Diante da possibilidade de ter de esperar ao menos mais 12 horas pela decisão, a idéia foi, então, abortada.
O corpo do funcionário do SBT foi o primeiro a chegar e a ser velado em Porto Alegre. Ele deve ser enterrado hoje.
Como o filho Igor, 19, ainda tentava pegar o avião em Sydney para chegar a Porto Alegre à noite, a probabilidade de ver o caixão e o corpo do pai pela última vez era pequena.
A filha Débora, 26, turismóloga, trabalhava no Pan do RJ quando soube da morte. Conseguiu chegar a tempo de ver o corpo do pai.
Um dos idealizadores do festival de música Planeta Atlântida, Pinto ia para SP junto com João Brito, 45, diretor regional do SBT, para uma reunião com alguns anunciantes.
Seu corpo foi reconhecido graças aos documentos, que estavam quase intactos mesmo depois do incêndio na aeronave, segundo parentes. (JOÃO CARLOS MAGALHÃES, FLÁVIO ILHA, SIMONE IGLESIAS e MARI TORTATO)


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