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Caminhoneiros da Ceagesp temem contágio
GABRIELA GASPARIN
DO "AGORA"
Caminhoneiros vindos
do Sul do país e da Argentina, onde há maior concentração de casos da gripe
suína, chegam diariamente à Ceagesp (companhia
de entrepostos e armazéns), na Vila Leopoldina
(zona oeste de SP), com
medo e sem informação
sobre o vírus que já matou
dois colegas entre os 11
mortos no país pela doença. No último balanço do
Ministério da Saúde, eram
1.175 casos no país.
Ao todo, 7.000 motoristas vindos de todos os cantos do país e do exterior
passam por dia pelo local.
Sem saber como se prevenir, eles tomam vitaminas
e receitas caseiras para
tentar se proteger da gripe, o que não faz efeito, segundo os médicos. Alguns
carregam as máscaras de
proteção para usar nas
fronteiras e em áreas onde
há contato com pessoas de
regiões contaminadas.
Atento ao risco nas estradas, o Ministério da
Saúde começou a distribuir, na semana passada,
panfletos sobre o vírus aos
caminhoneiros nas rodovias federais do Sul do país
e dos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, em parceria
com a polícia. Como a ação
é recente, muitos caminhoneiros ainda não receberam os informativos. A
Ceagesp distribuirá, a partir desta semana, 60 mil
panfletos em 13 unidades
da companhia no Estado.
Sem informações, o caminhoneiro paranaense
José Romualdo Renz, 49,
que traz peras, maçãs,
uvas e pêssegos da Argentina, toma uma mistura de
cachaça com alho para fortalecer o organismo. "Isso
[a mistura] mata a gripe",
disse. Ele ganhou uma
máscara de proteção e a
utiliza com frequência.
Já o caminhoneiro Sérgio Arthur Baialardi, 44,
de Chapecó (SC), toma vitamina C como tentativa
de não contrair o vírus.
Morador de Uruguaiana
(RS), onde um caminhoneiro de 29 anos morreu
da gripe suína, o motorista
Sandro de Oliveira Lopez,
36, diz que, na fronteira
com a Argentina, o clima é
de medo. O outro caminhoneiro morto pela gripe, de 35 anos, era de Itaqui (RS) e teria contraído a
doença na Argentina.
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