São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Parte de prédio desaba e mata 4 no RS

Edifício de três andares passava por reforma e ruiu por volta da 0h de ontem; criança de cinco anos está entre as vítimas

Polícia irá apurar se havia licença para realizar a obra; apartamentos que não caíram foram interditados devido a risco de queda



JOSÉ EDUARDO RONDON
RACHEL AÑÓN
DA AGÊNCIA FOLHA

Quatro pessoas morreram ontem após parte de um prédio em Capão da Canoa (135 km de Porto Alegre), no litoral do Rio Grande do Sul, desabar -entre os mortos há uma criança de cinco anos.
Um bloco do edifício Santa Fé, de três andares, desabou por volta da meia-noite. O prédio vinha passando por uma reforma. Três apartamentos localizados na parte da frente do edifício não chegaram a cair, mas foram interditados após a constatação de que havia risco de desabamento.
O chamado de resgate informando sobre o acidente ocorreu à 0h10, logo após o momento da queda parcial do edifício. "Ligaram e disseram que ouviram um estalo e o prédio ruindo", afirmou o sargento Paulo Fermindo, do Corpo de Bombeiros de Capão da Canoa.
Morreram na queda da construção Simone Seliberto, 31, o filho dela, Rodrigo Seliberto, 5, Joel Dieter, 57, que era o síndico, e Mariza Sholles, 55.
De acordo com a assessoria de imprensa da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, Arideu Rolim, Cátia Rolim, Antonia Rolim, Vágner Rolim e Marco Henrique Cardoso ficaram feridos, todos sem gravidade. Um deles chegou a ser levado a um hospital, mas já havia sido liberado, ainda segundo informações da Defesa Civil.
Durante toda a madrugada, foram realizados trabalhos de resgate nos escombros do edifício. A operação se encerrou às 4h45. Segundo o Corpo de Bombeiros, o imóvel foi construído há cerca de 40 anos.

Terremoto
"O que eu consegui ver pela garagem é a parte de trás do prédio e foi exatamente como se eu olhasse para um terremoto", afirma a representante de laboratório Ionara Madeira, 35. O pai dela é proprietário de um apartamento no edifício Santa Fé há 28 anos.
O imóvel deles, que fica na área frontal do edifício, não desabou, mas está interditado por apresentar riscos. A família não estava no local no momento da queda. Ionara, que mora em Porto Alegre, viajou ao local após tomar conhecimento sobre o desabamento.
Um inquérito policial foi instaurado ontem para apurar as causas do acidente, e uma perícia já foi feita no local.

Licença
De acordo com o delegado de Capão da Canoa Heraldo Guerreiro, que investiga o caso, a polícia irá apurar também se havia uma licença da prefeitura para que a reforma no edifício fosse realizada. "Vamos investigar se havia um engenheiro responsável", afirmou.
A polícia deve ouvir hoje funcionários do prédio e também um pedreiro que trabalhava nas obras de reforma do imóvel. Os representantes da empresa que administra o edifício não foram localizados pela reportagem na tarde de ontem.


Texto Anterior: Metrô elevado percorrerá a avenida Inajar de Souza
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.