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Parte de prédio desaba e mata 4 no RS
Edifício de três andares passava por reforma e ruiu por volta da 0h de ontem; criança de cinco anos está entre as vítimas
Polícia irá apurar se havia licença para realizar a obra; apartamentos que não caíram foram interditados devido a risco de queda
JOSÉ EDUARDO RONDON
RACHEL AÑÓN
DA AGÊNCIA FOLHA
Quatro pessoas morreram
ontem após parte de um prédio
em Capão da Canoa (135 km de
Porto Alegre), no litoral do Rio
Grande do Sul, desabar -entre
os mortos há uma criança de
cinco anos.
Um bloco do edifício Santa
Fé, de três andares, desabou
por volta da meia-noite. O prédio vinha passando por uma reforma. Três apartamentos localizados na parte da frente do
edifício não chegaram a cair,
mas foram interditados após a
constatação de que havia risco
de desabamento.
O chamado de resgate informando sobre o acidente ocorreu à 0h10, logo após o momento da queda parcial do edifício.
"Ligaram e disseram que ouviram um estalo e o prédio ruindo", afirmou o sargento Paulo
Fermindo, do Corpo de Bombeiros de Capão da Canoa.
Morreram na queda da construção Simone Seliberto, 31, o
filho dela, Rodrigo Seliberto, 5,
Joel Dieter, 57, que era o síndico, e Mariza Sholles, 55.
De acordo com a assessoria
de imprensa da Defesa Civil do
Rio Grande do Sul, Arideu Rolim, Cátia Rolim, Antonia Rolim, Vágner Rolim e Marco
Henrique Cardoso ficaram feridos, todos sem gravidade. Um
deles chegou a ser levado a um
hospital, mas já havia sido liberado, ainda segundo informações da Defesa Civil.
Durante toda a madrugada,
foram realizados trabalhos de
resgate nos escombros do edifício. A operação se encerrou às
4h45. Segundo o Corpo de
Bombeiros, o imóvel foi construído há cerca de 40 anos.
Terremoto
"O que eu consegui ver pela
garagem é a parte de trás do
prédio e foi exatamente como
se eu olhasse para um terremoto", afirma a representante de
laboratório Ionara Madeira, 35.
O pai dela é proprietário de um
apartamento no edifício Santa
Fé há 28 anos.
O imóvel deles, que fica na
área frontal do edifício, não desabou, mas está interditado por
apresentar riscos. A família não
estava no local no momento da
queda. Ionara, que mora em
Porto Alegre, viajou ao local
após tomar conhecimento sobre o desabamento.
Um inquérito policial foi instaurado ontem para apurar as
causas do acidente, e uma perícia já foi feita no local.
Licença
De acordo com o delegado de
Capão da Canoa Heraldo Guerreiro, que investiga o caso, a polícia irá apurar também se havia uma licença da prefeitura
para que a reforma no edifício
fosse realizada. "Vamos investigar se havia um engenheiro
responsável", afirmou.
A polícia deve ouvir hoje funcionários do prédio e também
um pedreiro que trabalhava
nas obras de reforma do imóvel. Os representantes da empresa que administra o edifício
não foram localizados pela reportagem na tarde de ontem.
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