São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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Promotoria usa trabalho escolar para processar políticos

Prefeito e ex-prefeito de Janiópolis (PR) são acusados de ceder imóvel público a auto-escola e pagar contas de água e luz

O inquérito foi aberto apóso envio à Promotoria de uma pesquisa elaboradaem 2001 por alunos da Escola Estadual João 23


JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Um trabalho de pesquisa escolar de alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola estadual de Janiópolis (547 km de Curitiba) embasou uma ação civil pública por improbidade administrativa contra o prefeito e o ex-prefeito locais.
A ação foi movida pelo Ministério Público, no último dia 15, contra o prefeito Jair Januário Detofol (PPS) e o ex-prefeito Avelino Bertolini (PPS).
Ambos são acusados de irregularidades na cessão de um imóvel público para uma auto-escola e pelo fato de o município ter pago, de 2001 a 2006, as contas de água e luz da empresa, que não funciona mais na cidade de Janiópolis.
O inquérito, que fundamentou a ação, foi aberto após o envio à Promotoria de pesquisa feita em 2001 por alunos da Escola Estadual João 23. Os estudantes pesquisaram o tema "Como se deve tratar o patrimônio público" e acabaram descobrindo casos suspeitos de uso indevido de bem público.
O promotor Marcos José Soares, 36, que assina a ação, disse que os alunos, ao "exporem as irregularidades e estudarem a legislação sobre o assunto", deram uma "demonstração louvável de cidadania".
""Eu nem me lembrava mais dessa pesquisa, mas foi gratificante ver que ela resultou em algo prático para a sociedade", disse Sirlei Guimarães, 39, uma das professoras que coordenaram o trabalho em 2001. Ela disse não saber quem usou a pesquisa para fazer a denúncia à Promotoria. "Agora vou pesquisar entre os alunos que fizeram a pesquisa, que mostra que é possível cada um dar sua parte para um país melhor."
A divulgação da ação de improbidade contra o prefeito em ano eleitoral causou polêmica na cidade, de 8.084 habitantes.
O professor João Roberto Freire, 48, que apóia a candidatura de Detofol à reeleição, também participou da coordenação da pesquisa. "Dizem que meu nome está lá [pesquisa], mas, sinceramente, estou muito novo para não me lembrar nada disso." Na prefeitura, a informação foi que Detofol estava em campanha na zona rural e que ninguém tinha autorização para falar em seu nome.
O ex-prefeito Avelino Bertolini, que estava ontem em Cascavel, disse que ligaria de volta para a Folha, o que não havia ocorrido até as 23h de ontem.


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