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Só 6 dos 32 roubos a condomínios neste ano foram elucidados
Afirmação é do secretário da Segurança Pública, que diz que combater crimes patrimoniais é prioridade
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Só 6 dos 32 roubos a condomínios ocorridos neste ano no
Estado de São Paulo (18,7%) foram elucidados, afirmou ontem
o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto.
A revelação foi feita em evento organizado pela associação
Ame Jardins, que reúne moradores do Jardim América e do
Jardim Europa (zona oeste),
área nobre da capital. Doze desses crimes foram na cidade.
Ferreira Pinto disse ainda, a
uma plateia de empresários,
que combater crimes contra o
patrimônio é prioridade. "A polícia de São Paulo só vai ter algo
a comemorar quando baixar os
índices referentes aos crimes
patrimoniais, que continuam
crescendo diariamente."
Policiais que combatem sequestros -crime que aumentou 58,3% na capital no primeiro semestre em comparação
com o mesmo período do ano
passado- serão deslocados para o setor.
"Estamos colocando policiais que trabalhavam na delegacia antissequestro, mais preparados", disse o secretário.
Segundo o Secovi (sindicato
do setor de habitação), neste
ano já ocorreram 16 arrastões
na capital, contra 17 durante todo o ano passado. Ainda segundo o órgão, foram 20 arrastões
em 2007 e 19 em 2006.
Desde que assumiu o cargo,
há cinco meses, o secretário
Ferreira Pinto já se reuniu duas
vezes com representantes do
Secovi para discutir um projeto
de segurança.
De acordo com o sindicato da
habitação, será assinado um
documento no mês que vem
firmando um plano de ação que
envolve o órgão e também as
polícias Militar e Civil.
Vida
"A vida é o maior patrimônio
que a uma pessoa pode ter",
afirma o pesquisador do NEV
(Núcleo de Estudos da Violência da USP) Marcelo Batista
Nery sobre a prioridade anunciada pelo secretário.
Para ele, as declarações de
Ferreira Pinto podem ter duas
leituras: a de que, se ocorrerem
outros crimes, a ação primeira
será contra os de patrimônio, e
a de que a polícia contribui de
maneira limitada para evitar os
crimes contra a vida.
Segundo Nery, diferentemente do crime contra o patrimônio, "um homicídio pode
acontecer em qualquer lugar".
"No entanto, eles recorrem em
locais específicos, como Capão
Redondo, Jardim Ângela, Cidade Tiradentes e São Rafael. Então isso [limitação da ação policial] também é questionável."
Reconhecimento
Vítimas de grandes assaltos
reconheceram ontem a participação de Adanias Roberto de
Lima, 37, em dois crimes.
Preso em julho, Lima é suspeito de ser o organizador de
assaltos a condomínios e empresas. Segundo a polícia, ele
montava equipes de 15 a 30 integrantes especializados em invadir os locais e fazer arrastões.
Um dos crimes em que ele foi
reconhecido ocorreu em 30 de
junho, quando, segundo a polícia, Lima comandou uma quadrilha que invadiu um condomínio na Vila Leopoldina.
Lima foi entregue ao DHPP
(Departamento de Homicídios
e Proteção à Pessoa). A reportagem não conseguiu confirmar
se o preso já tem advogado.
Colaborou a Folha Online.
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