São Paulo, quinta-feira, 20 de agosto de 2009

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Só 6 dos 32 roubos a condomínios neste ano foram elucidados

Afirmação é do secretário da Segurança Pública, que diz que combater crimes patrimoniais é prioridade

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Só 6 dos 32 roubos a condomínios ocorridos neste ano no Estado de São Paulo (18,7%) foram elucidados, afirmou ontem o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto.
A revelação foi feita em evento organizado pela associação Ame Jardins, que reúne moradores do Jardim América e do Jardim Europa (zona oeste), área nobre da capital. Doze desses crimes foram na cidade.
Ferreira Pinto disse ainda, a uma plateia de empresários, que combater crimes contra o patrimônio é prioridade. "A polícia de São Paulo só vai ter algo a comemorar quando baixar os índices referentes aos crimes patrimoniais, que continuam crescendo diariamente."
Policiais que combatem sequestros -crime que aumentou 58,3% na capital no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado- serão deslocados para o setor.
"Estamos colocando policiais que trabalhavam na delegacia antissequestro, mais preparados", disse o secretário.
Segundo o Secovi (sindicato do setor de habitação), neste ano já ocorreram 16 arrastões na capital, contra 17 durante todo o ano passado. Ainda segundo o órgão, foram 20 arrastões em 2007 e 19 em 2006.
Desde que assumiu o cargo, há cinco meses, o secretário Ferreira Pinto já se reuniu duas vezes com representantes do Secovi para discutir um projeto de segurança.
De acordo com o sindicato da habitação, será assinado um documento no mês que vem firmando um plano de ação que envolve o órgão e também as polícias Militar e Civil.

Vida
"A vida é o maior patrimônio que a uma pessoa pode ter", afirma o pesquisador do NEV (Núcleo de Estudos da Violência da USP) Marcelo Batista Nery sobre a prioridade anunciada pelo secretário.
Para ele, as declarações de Ferreira Pinto podem ter duas leituras: a de que, se ocorrerem outros crimes, a ação primeira será contra os de patrimônio, e a de que a polícia contribui de maneira limitada para evitar os crimes contra a vida.
Segundo Nery, diferentemente do crime contra o patrimônio, "um homicídio pode acontecer em qualquer lugar". "No entanto, eles recorrem em locais específicos, como Capão Redondo, Jardim Ângela, Cidade Tiradentes e São Rafael. Então isso [limitação da ação policial] também é questionável."

Reconhecimento
Vítimas de grandes assaltos reconheceram ontem a participação de Adanias Roberto de Lima, 37, em dois crimes.
Preso em julho, Lima é suspeito de ser o organizador de assaltos a condomínios e empresas. Segundo a polícia, ele montava equipes de 15 a 30 integrantes especializados em invadir os locais e fazer arrastões.
Um dos crimes em que ele foi reconhecido ocorreu em 30 de junho, quando, segundo a polícia, Lima comandou uma quadrilha que invadiu um condomínio na Vila Leopoldina.
Lima foi entregue ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). A reportagem não conseguiu confirmar se o preso já tem advogado.


Colaborou a Folha Online.


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