ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em eventos sociais ou familiares, lá ia ele exercitar sua verve. José Luiz Lemos da Silva, que saiu aos 17 de Belém (PA) para construir carreira de médico oftalmologista em SP, adorava falar em público.
E não era daqueles oradores que não sabem quando parar -em encontros formais, tinha todo um preparo.
"Ele gostava de escrever os discursos antes", lembra o filho Luiz Guilherme. Improvisos, só em festas de família.
De humor aguçado, é lembrado como alguém que sempre tratou bem as pessoas.
Com as mulheres, brincava: "Você está muito bem, está gostosona". Elogiava-as sempre de forma carinhosa, nunca pejorativa, explica o filho.
Formado em medicina no Rio, veio logo depois a SP, onde passou a maior parte da vida. Trabalhou como oftalmologista do Banco do Brasil, do INPS (atual INSS), teve dois consultórios e foi professor da Santa Casa.
Suas duas paixões eram a medicina e o Rotary. "Ele tinha uma vida social muito ativa, gostava muito de encontrar os amigos", diz o filho. Integrava também um grupo da Marinha, da qual foi médico.
Nos anos 60, sua mulher morreu após uma cirurgia.
Mesmo sem ter participado, ficou abalado e se recusava a operar parentes. Anos depois, casou-se de novo. Nos últimos dez anos, tinha ainda a companhia da maltês Puppy.
Morreu segunda, aos 93, de falência de órgãos. Deixa quatro filhos, 12 netos e cinco bisnetos. A missa de sétimo dia será na próxima terça, às 12h, na igreja São José, em SP.

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