São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2010

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Justiça mantém presa filha de ministro

Arquiteta, suspeita de matar os pais e a empregada da família, tentou obstruir investigação, segundo a polícia

Adriana Villela foi detida na terça-feira, assim como outros quatro suspeitos de envolvimento no caso

LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

A Justiça do Distrito Federal negou ontem o pedido de habeas corpus para Adriana Villela. Ela é filha do ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) José Guilherme Villela e da advogada Maria Carvalho Villela. O casal foi assassinado no ano passado.
Segundo polícia do Distrito Federal, Adriana, arquiteta de 46 anos, integra a lista dos principais suspeitos de ter cometido o crime.
Ela foi presa na terça-feira passada, no mesmo dia em que a polícia deteve outras quatro pessoas. As prisões ocorreram porque os suspeitos estariam tentando obstruir as investigações.
O crime ocorreu em agosto de 2009 e chocou a capital do país. Além do casal Villela, também foi assassinada a empregada Francisca da Silva. Os três foram mortos com mais de 70 facadas e só foram encontrados três dias depois, no apartamento do casal.
O principal elemento para o pedido de prisão foi uma prova que a polícia alega ter sido "plantada", o que, na versão policial, atrapalhou as investigações.

DINHEIRO
A apuração do caso indica que Adriana tinha conflitos financeiros com os pais, principalmente com a mãe.
A suspeita surgiu a partir de duas cartas apreendidas no escritório do casal.
Os advogados de Adriana alegaram, no pedido de habeas corpus, que a prisão temporária está "ancorada em indícios frágeis".
Em sua decisão, o desembargador Romão Oliveira argumentou, no entanto, que as provas colhidas até agora demonstram que Adriana Villela, "por amor, paixão, ressentimento ou qualquer outra razão que tenha afetado seu espírito, não revelou tudo que sabe ou declara mais do que sabe a respeito dos crimes em apuração".
A prisão da filha do ministro tem validade de 30 dias.
A defesa de Adriana já havia afirmado, no dia da prisão, que se trata de uma "condenação precipitada".
Além dela, foram presos Rosa Maria Jaques, que se declara vidente, João Tocchetto de Oliveira, marido de Rosa Maria, Guiomar Cunha, ex-empregada das vítimas, e José Augusto Alves, agente de polícia e braço direito da primeira delegada do caso.
Segundo a decisão judicial, os quatro estavam trabalhando para atrapalhar as investigações, em conjunto com Adriana. Rosa Maria nega. Os advogados dos demais não foram localizados.


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