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Justiça mantém presa filha de ministro
Arquiteta, suspeita de matar os pais e a empregada da família, tentou obstruir investigação, segundo a polícia
Adriana Villela foi
detida na terça-feira,
assim como outros
quatro suspeitos de
envolvimento no caso
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
A Justiça do Distrito Federal negou ontem o pedido de
habeas corpus para Adriana
Villela. Ela é filha do ministro
do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) José Guilherme Villela e da advogada Maria
Carvalho Villela. O casal foi
assassinado no ano passado.
Segundo polícia do Distrito Federal, Adriana, arquiteta de 46 anos, integra a lista
dos principais suspeitos de
ter cometido o crime.
Ela foi presa na terça-feira
passada, no mesmo dia em
que a polícia deteve outras
quatro pessoas. As prisões
ocorreram porque os suspeitos estariam tentando obstruir as investigações.
O crime ocorreu em agosto
de 2009 e chocou a capital do
país. Além do casal Villela,
também foi assassinada a
empregada Francisca da Silva. Os três foram mortos com
mais de 70 facadas e só foram
encontrados três dias depois,
no apartamento do casal.
O principal elemento para
o pedido de prisão foi uma
prova que a polícia alega ter
sido "plantada", o que, na
versão policial, atrapalhou
as investigações.
DINHEIRO
A apuração do caso indica
que Adriana tinha conflitos
financeiros com os pais, principalmente com a mãe.
A suspeita surgiu a partir
de duas cartas apreendidas
no escritório do casal.
Os advogados de Adriana
alegaram, no pedido de habeas corpus, que a prisão
temporária está "ancorada
em indícios frágeis".
Em sua decisão, o desembargador Romão Oliveira argumentou, no entanto, que
as provas colhidas até agora
demonstram que Adriana Villela, "por amor, paixão, ressentimento ou qualquer outra razão que tenha afetado
seu espírito, não revelou tudo que sabe ou declara mais
do que sabe a respeito dos
crimes em apuração".
A prisão da filha do ministro tem validade de 30 dias.
A defesa de Adriana já havia afirmado, no dia da prisão, que se trata de uma
"condenação precipitada".
Além dela, foram presos
Rosa Maria Jaques, que se declara vidente, João Tocchetto
de Oliveira, marido de Rosa
Maria, Guiomar Cunha, ex-empregada das vítimas, e José Augusto Alves, agente de
polícia e braço direito da primeira delegada do caso.
Segundo a decisão judicial, os quatro estavam trabalhando para atrapalhar as investigações, em conjunto
com Adriana. Rosa Maria nega. Os advogados dos demais
não foram localizados.
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