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QUÍMICA
Grupo pôs soda cáustica na boca
Teste em laboratório leva alunos ao hospital
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma experiência com soda
cáustica no laboratório de química levou 16 alunos de um colégio
de Sorocaba (100 km a oeste de
São Paulo) para o hospital.
O acidente, na manhã do último
dia 12, envolveu alunos da oitava
série do ensino fundamental do
colégio particular Dom Aguirre.
Os estudantes faziam um exercício chamado "teste do sabor",
em que degustavam amostras de
limão, vinagre e leite de magnésia.
Em outra etapa do exercício, os
alunos diluíram soda em água e
deveriam apenas cheirar uma gota colocada no dorso da mão. Alguns pediram para experimentar
a substância e, autorizados pela
professora, a levaram à boca.
Alguns alunos começaram a reclamar de queimação na garganta
e no estômago. A ingestão de soda
cáustica (hidróxido de sódio), altamente corrosiva e tóxica, causa
lesões graves e pode ser fatal.
A professora informou o fato à
direção do colégio, que resolveu
encaminhar duas meninas e 14
meninos para o Hospital Modelo.
Segundo o coordenador médico do hospital, César Augusto Fogaça, três alunos foram medicados pois tinham queimadura leve
na língua e sensação de ardência
no esôfago e no estômago. Receberam antiácido e analgésico na
veia e foram liberados à tarde.
O médico disse que os alunos
apenas encostaram a ponta da
língua na substância. "Eles ficaram um pouco assustados com
aquela sensação. Foi uma coisa leve, porém séria. Poderia ter ocorrido alguma coisa mais grave."
De acordo com o professor Ivano Gutz, do Instituto de Química
da USP, não é aconselhável pôr
substâncias como soda cáustica
nem na mão, mesmo que a substância esteja diluída, pois há o risco de ocorrer uma irritação.
Segundo ele, caso a substância
estiver bem diluída, pode ocorrer
apenas uma irritação na boca e no
esôfago. No entanto, a ingestão da
substância concentrada pode
provocar queimaduras tanto na
boca como no esôfago, segundo
informou o professor.
Colégio
A assessoria jurídica do colégio
disse que a professora ficou "muito chocada" e pediu demissão. Ela
trabalhava lá havia oito anos.
O assessor jurídico do colégio,
Luiz Rosati, disse que os alunos
levaram à boca, em um "gesto de
curiosidade", uma "quantidade
inofensiva e insignificante" de soda cáustica diluída em água. Afirmou ainda que os pais foram "comunicados [sic] e tranqüilizados"
e que alguns deles acompanharam os filhos ao hospital.
Aguirre disse que pode entrar
na Justiça contra meios de comunicação que divulgarem o acidente "de forma que possa prejudicá-lo". "É um fato que morreu, não
houve prejuízo para ninguém,
ninguém está se queixando."
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