São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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SAÚDE

Entidades acusam parlamentares de adiar assinatura de tratado sobre o fumo

Lobby pró-tabaco no Senado é atacado

DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades de combate ao fumo acusam senadores de protelar a ratificação de uma convenção das Nações Unidas para controle do tabaco no mundo. O acordo prevê políticas para aumento de preços e proibição da publicidade.
Segundo Nise Yamaguchi, 46, presidente da Sociedade Paulista de Oncologia Clínica, e Paula Johns, 38, coordenadora da rede Tabaco Zero, audiências públicas têm ocorrido somente em locais de plantação de fumo, todos no Sul do país, e suas datas, atrasadas, dificultando a discussão. Fumicultores também são "amedrontados" pela indústria, dizem.
Afirmam também que os senadores estão acolhendo somente os argumentos da indústria do fumo -de que a convenção trará prejuízos econômicos. "Por que nosso Legislativo não assume posição de vanguarda e aprova algo contra um produto que causa 5 milhões de mortes por ano no mundo? É mais do que todas as guerras", diz Yamaguchi. "Nós estamos vendo a situação do Congresso e estamos preocupados, porque nosso poder de fogo é pequeno. Que forças ocultas impedem os senadores?"
O Brasil tem de depositar a convenção ratificada na ONU até o dia 7 de novembro deste ano para poder participar da primeira reunião dos países-membros, em fevereiro de 2006, quando serão discutidos os recursos que serão destinados ao tratamento de fumantes e auxílio a fumicultores.
O país é o segundo maior produtor do mundo de tabaco e o primeiro exportador. No entanto, outros grandes produtores, como China e Índia, já ratificaram a convenção ao lado de outros 83 países, diz Paula Johns, que diz ter ouvido de senadores como Jorge Bornhausen (PFL-SC) que o projeto não passará no Senado.
No próximo dia 28 de outubro, as entidades antitabagistas pretendem divulgar os nomes dos senadores que até agora não se manifestaram favoravelmente à convenção. Elas só receberam, até o momento, as confirmações de Eduardo Suplicy (PT-SP), Tião Viana (PT-AC), Paulo Paim (PT-RS) e Cristovam Buarque (sem partido, DF). (FABIANE LEITE)


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