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SAÚDE
Entidades acusam parlamentares de adiar assinatura de tratado sobre o fumo
Lobby pró-tabaco no Senado é atacado
DA REPORTAGEM LOCAL
Entidades de combate ao fumo
acusam senadores de protelar a
ratificação de uma convenção das
Nações Unidas para controle do
tabaco no mundo. O acordo prevê
políticas para aumento de preços
e proibição da publicidade.
Segundo Nise Yamaguchi, 46,
presidente da Sociedade Paulista
de Oncologia Clínica, e Paula
Johns, 38, coordenadora da rede
Tabaco Zero, audiências públicas
têm ocorrido somente em locais
de plantação de fumo, todos no
Sul do país, e suas datas, atrasadas, dificultando a discussão. Fumicultores também são "amedrontados" pela indústria, dizem.
Afirmam também que os senadores estão acolhendo somente os
argumentos da indústria do fumo
-de que a convenção trará prejuízos econômicos. "Por que nosso Legislativo não assume posição
de vanguarda e aprova algo contra um produto que causa 5 milhões de mortes por ano no mundo? É mais do que todas as guerras", diz Yamaguchi. "Nós estamos vendo a situação do Congresso e estamos preocupados,
porque nosso poder de fogo é pequeno. Que forças ocultas impedem os senadores?"
O Brasil tem de depositar a convenção ratificada na ONU até o
dia 7 de novembro deste ano para
poder participar da primeira reunião dos países-membros, em fevereiro de 2006, quando serão discutidos os recursos que serão destinados ao tratamento de fumantes e auxílio a fumicultores.
O país é o segundo maior produtor do mundo de tabaco e o primeiro exportador. No entanto,
outros grandes produtores, como
China e Índia, já ratificaram a
convenção ao lado de outros 83
países, diz Paula Johns, que diz ter
ouvido de senadores como Jorge
Bornhausen (PFL-SC) que o projeto não passará no Senado.
No próximo dia 28 de outubro,
as entidades antitabagistas pretendem divulgar os nomes dos senadores que até agora não se manifestaram favoravelmente à convenção. Elas só receberam, até o
momento, as confirmações de
Eduardo Suplicy (PT-SP), Tião
Viana (PT-AC), Paulo Paim (PT-RS) e Cristovam Buarque (sem
partido, DF).
(FABIANE LEITE)
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