São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2008

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Juiz federal sofre atentado no PR; é o 2º caso no ano

A ação tem ligação com o cerco ao tráfico de drogas

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A casa de um juiz federal de Umuarama (580 km de Curitiba) foi alvo de tiros na madrugada de ontem, no segundo atentado neste ano contra um magistrado federal na cidade do norte do Paraná.
Pelo menos dez disparos de pistola 9 mm atingiram a casa do diretor do fórum da Justiça Federal no município, Luiz Carlos Canalli, mas ninguém se feriu. A Polícia Federal está investigando o caso.
O juiz foi acordado às 5h pelo barulho dos tiros. Acionou a Polícia Militar e só descobriu que sua casa era alvo dos disparos após a chegada da PM. Os tiros atingiram dois carros da família, o portão e uma parede.
O atentado mobilizou a cúpula da Justiça Federal e da PF no Paraná. Ontem, o diretor do foro da seção judiciária do Estado, juiz federal Marcelo Malucelli, foi a Umuarama prestar solidariedade a Canalli.
O delegado Érico Saconatto, da Polícia Federal em Guaíra (PR), apura o atentado. Ontem, ele não relacionou o crime a outro atentado contra juiz federal em Umuarama, ocorrido em fevereiro deste ano.
Na ocasião, o juiz federal Jail Benites Azambuja teve seu carro atingido por tiros, mas não foi ferido.
A Folha apurou, contudo, que os dois atentados têm relação com o cerco ao tráfico de drogas e ao contrabando no noroeste do Paraná promovido pela PF e pela Justiça Federal em Umuarama.
Em março, logo após o atentado contra Azambuja, uma operação da PF prendeu 47 pessoas suspeitas de contrabando e tráfico de drogas. Entre os presos havia três políticos da região, 35 policiais militares e nove policiais civis.

Aduana 100%
A criação há dois anos, pela Receita Federal, de um sistema mais rígido de fiscalização em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com o Paraguai, provocou um deslocamento do crime organizado para a região de Guaíra e Umuarama.
Grupos organizados de tráfico de drogas e de contrabando de cigarros fixaram bases no noroeste do Paraná. O mesmo ocorre na região de Salto del Guairá, no Paraguai.


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