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Juiz federal sofre atentado no PR; é o 2º caso no ano
A ação tem ligação com o cerco ao tráfico de drogas
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A casa de um juiz federal de
Umuarama (580 km de Curitiba) foi alvo de tiros na madrugada de ontem, no segundo
atentado neste ano contra um
magistrado federal na cidade
do norte do Paraná.
Pelo menos dez disparos de
pistola 9 mm atingiram a casa
do diretor do fórum da Justiça
Federal no município, Luiz
Carlos Canalli, mas ninguém se
feriu. A Polícia Federal está investigando o caso.
O juiz foi acordado às 5h pelo
barulho dos tiros. Acionou a
Polícia Militar e só descobriu
que sua casa era alvo dos disparos após a chegada da PM. Os tiros atingiram dois carros da família, o portão e uma parede.
O atentado mobilizou a cúpula da Justiça Federal e da PF
no Paraná. Ontem, o diretor do
foro da seção judiciária do Estado, juiz federal Marcelo Malucelli, foi a Umuarama prestar
solidariedade a Canalli.
O delegado Érico Saconatto,
da Polícia Federal em Guaíra
(PR), apura o atentado. Ontem,
ele não relacionou o crime a outro atentado contra juiz federal
em Umuarama, ocorrido em fevereiro deste ano.
Na ocasião, o juiz federal Jail
Benites Azambuja teve seu carro atingido por tiros, mas não
foi ferido.
A Folha apurou, contudo,
que os dois atentados têm relação com o cerco ao tráfico de
drogas e ao contrabando no noroeste do Paraná promovido
pela PF e pela Justiça Federal
em Umuarama.
Em março, logo após o atentado contra Azambuja, uma
operação da PF prendeu 47
pessoas suspeitas de contrabando e tráfico de drogas. Entre os presos havia três políticos da região, 35 policiais militares e nove policiais civis.
Aduana 100%
A criação há dois anos, pela
Receita Federal, de um sistema
mais rígido de fiscalização em
Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com o Paraguai, provocou
um deslocamento do crime organizado para a região de Guaíra e Umuarama.
Grupos organizados de tráfico de drogas e de contrabando
de cigarros fixaram bases no
noroeste do Paraná. O mesmo
ocorre na região de Salto del
Guairá, no Paraguai.
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