São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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Feirinha é alvo de investigação policial

DA REPORTAGEM LOCAL

A feirinha da madrugada é alvo de investigação da força-tarefa que reúne os poderes municipal, estadual e federal. O secretário da Segurança da cidade de São Paulo, Benedito Mariano, afirma que o evento noturno da rua 25 de Março é um dos 40 pontos da capital paulista monitorados pelo grupo coordenado por ele.
"Evidentemente, a ação não é sobre o trabalhador informal e sim concentrada na pirataria, o contrabando e o roubo de carga. Por isso nossos alvos têm sido os fornecedores", diz Mariano.
Em junho, policiais civis, militares e federais atuaram em conjunto com a prefeitura em uma ação que apreendeu o equivalente a cerca de R$ 4 milhões em produtos ilegais na região da feirinha.
Foram necessários 50 caminhões para transportar os produtos confiscados de dois prédios que serviam de depósito, na 25 de Março, para o galpão da Subprefeitura da Sé. De acordo com Mariano, o material ficou durante dois meses à disposição de quem quisesse reclamá-lo e tivesse nota fiscal para provar a sua legalidade. Somente 5% do total voltou para as mãos de seus donos.
A força-tarefa já realizou ações na rua Santa Ifigênia (centro), que reúne a pirataria na área de informática, e na Galeria Pajé, prédio localizado em uma rua transversal à 25 de Março.
Da galeria, foram apreendidos 14 caminhões de mercadoria ilegal, totalizando cerca de R$ 7 milhões. "Só 10% das lojas, dispostas nos 11 andares do prédio, estavam com as notas fiscais de seus produtos", diz Mariano.
A ação mais recente se deu com a interceptação, pela Polícia Federal, de um ônibus que vinha do Paraguai para São Paulo. Por meio dele, a força-tarefa chegou a três agências de turismo clandestinas, localizadas no Brás (centro). Os investigadores acreditam que as agências são as únicas ainda em operação no transporte de sacoleiros da capital paulista.
As ações da força-tarefa são concentradas no âmbito das subprefeituras da Lapa e Pinheiros (oeste), Santo Amaro (sul) e Sé (centro). "A pirataria é um problema global. As apreensões nos levam a estimar que pelo menos metade da mercadoria comercializada na cidade seja ilegal", diz.


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