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ACIDENTE NA VILA OLÍMPIA
Também acusado de assalto, rapaz havia sido libertado 48 horas antes de decisão da Justiça
Atropelador foge após nova ordem de prisão
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeiro preso em flagrante,
solto no dia seguinte e agora foragido da Justiça. Tudo isso em quatro dias. Jefferson Jorge Bernardo,
23, que atropelou 17 pessoas na
madrugada do último sábado, na
porta de uma casa noturna na Vila Olímpia (zona oeste), voltou a
ser perseguido ontem pela polícia.
Ele teve uma nova prisão decretada pela Justiça, agora pela suspeita de participação em um roubo de carro, em agosto passado.
Fugiu antes da chegada dos policiais. Era considerado foragido
até o final deste edição. Para a defesa de Bernardo, ele está sendo
"crucificado" e não há provas de
sua participação no roubo.
Bernardo atropelou e matou a
estudante Priscila Maria dos Reis,
16. Fugiu sem prestar socorro. Foi
preso ainda no sábado e indiciado
por homicídio doloso (com intenção), mas uma decisão da juíza
Kenarik Boujikian Felippe, que
estava no plantão judiciário, o libertou no domingo. Ele tinha residência fixa e emprego e não possuía antecedentes criminais.
No dia seguinte, a situação de
Bernardo começou a mudar. Segundo o delegado Dejair Rodrigues, do 96º DP (Brooklin), dois
irmãos identificaram Bernardo,
por fotos de jornais, como um dos
três assaltantes que levaram o carro da família, no dia 25 de agosto,
em Moema (zona sul).
Segundo o que os irmãos contaram à polícia, Bernardo estava armado. Eles também disseram que
os assaltantes saíram de um Voyage, que seria o mesmo dirigido
por Bernardo no atropelamento.
Às 23h50 de anteontem, o Dipo
(Departamento de Inquéritos Policiais), órgão da Justiça, decretou
a prisão temporária de Bernardo,
por cinco dias, por roubo. Ontem,
ele não foi mais encontrado.
"Inconcebível foi a primeira liberdade provisória. Era melhor
ter esperado mais antes de soltá-lo", afirmou o promotor Marcelo
Milani. O fato de agora Bernardo
ser um foragido deve pesar, segundo Milani, no pedido de reconsideração da decisão da juíza
Kenarik Boujikian Felippe-o
que resultaria em dois mandados
de prisão contra Bernardo.
O recurso da Promotoria será
avaliado pelo 1º Tribunal do Júri
antes de ser encaminhado ao TJ
(Tribunal de Justiça) de São Paulo. A assessoria do TJ informou
que a juíza não iria falar sobre o
caso. Segundo a assessoria, juízes
são proibidos de comentar suas
decisões fora dos processos.
Mais uma vítima do atropelamento foi ouvida pela polícia, subindo para 17 o número de pessoas atingidas. Uma perícia no
Voyage 1988 de Bernardo também vai tentar descobrir se os
freios apresentavam problemas.
"O carro era turbinado, preparado para correr. E o sistema de
freios não era adequado para essa
potência", afirma o delegado.
Um segurança da casa noturna
ouvido pela polícia, segundo Rodrigues, disse que Bernardo, depois do atropelamento, errou a
marcha ao tentar fugir -em vez
da ré, teria engatado a primeira
marcha- , prensando ainda algumas vítimas contra o muro.
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