São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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ADMINISTRAÇÃO

Ministério Público Federal quer que Cade apure supostas práticas contra a livre concorrência em São Paulo

Procuradoria pede investigação de contratos do lixo

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério Público Federal pediu ontem ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que determine a abertura de processo contra os consórcios que venceram a licitação para coleta de lixo em São Paulo. O objetivo é investigar supostas práticas contra a livre concorrência.
Os consórcios vencedores são liderados pela Vega e pela Queiroz Galvão. Os contratos foram assinados e começaram a valer na semana passada. O valor da megalicitação é de R$ 9,84 bilhões.
A concorrência concede aos dois grupos os serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos. A contratação será válida por 20 anos prorrogáveis por igual período.
No pedido, o subprocurador-geral da República Moacir Guimarães pede que o tribunal suspenda os efeitos de algumas cláusulas, entre elas a que estabelece o prazo de 20 anos.
"Esse é um período muito longo. Com o passar dos anos, outras empresas poderiam estar oferecendo o mesmo serviço por um preço melhor, mas estão impedidas de entrar no mercado."
A SDE (Secretaria de Direito Econômico), ligada ao Ministério da Justiça, já havia recebido um pedido de um advogado para que o caso fosse investigado.
Por enquanto, a secretaria aguarda informações do Ministério Público do Estado para decidir os rumos do caso.
O Ministério Público Estadual investiga a licitação e chegou a enviar recomendação à prefeitura para anular a concorrência. Ele avalia que houve ilícito civil e penal porque foram convidados somente dois dos três grupos classificados tecnicamente a oferecer descontos em seus preços.
Guimarães afirma que utilizou um parecer da OAB para embasar o pedido ao Cade. Relatório oficial concluído pela entidade aponta indícios de restrição à concorrência na licitação.

Outro lado
A Secretaria de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo informou ontem que não tomou conhecimento oficial do pedido e que não comentaria o assunto.


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