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Ação teve mais mortos do que disse a polícia
IML contabilizou 13 supostos traficantes mortos durante operação policial na favela da Coréia, no Rio; para a polícia, foram 10
Secretaria agora admite que ocorreram mais 2 mortes no local, mas sem a participação de policiais; corpo de um dos mortos está desaparecido
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Foram 13, e não dez, os supostos traficantes mortos na
favela da Coréia, em Senador
Camará (zona oeste do Rio), na
terça-feira, dia de megaoperação no local feita pela Polícia
Civil. A contabilidade é do IML
(Instituto Médico Legal), órgão da própria Polícia Civil,
instituição vinculada à Secretaria de Segurança Pública do
Estado do Rio de Janeiro.
O IML periciou e liberou os
corpos para os sepultamentos
sem que a secretaria divulgasse
a lista de vítimas da incursão
da tropa de elite da Polícia Civil, a Core (Coordenadoria de
Recursos Especiais), à Coréia e
à vizinha favela do Taquaral.
As guias de óbito (registros)
de 11 dos 13 supostos traficantes mostram que todos receberam tiros na cabeça, no tórax
ou na barriga. Morreram quase
instantaneamente, embora os
corpos tenham sido levados
para o hospital.
Na ação, morreram ainda o
policial civil Sérgio da Silva
Coelho, 43, e Jorge Kawan Silva Lacerda, 4, morador da comunidade. Ao todo, foram 15
mortos, não só os 12 divulgados.
A secretaria anunciou ontem
que não liberaria a listagem das
vítimas e que mantinha oficialmente o número de dez mortos.
Segundo ela, duas mortes ocorreram na área da favela, mas
sem a participação de policiais.
Sobre o corpo desaparecido,
disse não ter informações.
Doze vítimas foram enterradas ontem. O corpo de Vítor
Gonçalves não havia sido localizado pela família no IML, apesar de haver uma guia com o seu
nome e o horário do enterro.
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