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Protesto de alunos suspende aulas na Unifesp pelo 2º dia
Estudantes impediram, com barricadas, acesso ao campus de Guarulhos (Grande São Paulo), que tem 400 alunos
Invasão é contra a adesão da universidade a programa do governo que condiciona o aumento das verbas
à expansão das vagas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Um grupo de ao menos 20
alunos manteve ontem, pelo
segundo dia consecutivo, a invasão ao campus de Guarulhos
(Grande São Paulo) da Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo). Os invasores impediram, com barricadas feitas com
carteiras, o acesso ao campus.
Não houve aulas para os 400
estudantes da unidade.
A principal reivindicação dos
manifestantes é a não-adesão
da universidade ao Reuni (Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais), proposto pelo governo federal.
Segundo a assessoria de imprensa da instituição, a invasão
contava com 20 alunos; para os
manifestantes, o número varia
entre 50 e 60. Também houve
invasões nas universidades federais do Paraná e do Rio de Janeiro, pelo mesmo motivo.
No plano, o Ministério da
Educação propõe aumentar em
20% o orçamento das instituições que aderirem ao programa, desde que atendam a algumas exigências, como atingir a
meta de 18 alunos por professor
(hoje é de 10), aumentar as vagas em cursos noturnos e fazer
com que a taxa de conclusão na
graduação chegue a 90% (ou
seja, 90% dos ingressantes têm
de se formar).
A intenção do governo federal é dobrar o número de estudantes nas universidades federais em dez anos.
O grupo que invadiu o campus divulgou nota afirmando
que "o Reuni representa um
profundo ataque ao ensino público. Condiciona o aumento
insignificante de 20% na verba
se [as universidades] atingirem
altas metas de expansão".
Os estudantes reclamam
também das condições do campus, que começou a funcionar
neste ano. Pedem a construção
de um restaurante e ampliação
da biblioteca.
O pró-reitor de graduação da
Unifesp, Luiz Eugênio Mello,
rebateu as críticas. "Atacar o
Reuni é querer frear a expansão
do ensino superior público",
disse. "Por mim, todo o serviço
público deveria ser avaliado
por metas, aliadas à qualidade."
Ele admite as dificuldades na
unidade, mas afirmou que ela
possui condições para aulas e
que será melhorada.
A adesão da Unifesp ao Reuni
foi feita na última quarta, em
reunião do Conselho Universitário, na sede da instituição, na
zona sul de São Paulo.
Os manifestantes dizem que
foram agredidos ao tentar entrar na sessão. A universidade
afirma que os barrou porque só
os membros do conselho podem entrar na sessão -ressaltou, porém, que os alunos são
representados. A Unifesp disse
ainda que os manifestantes iniciaram a agressão.
Em assembléia ontem à noite, os estudantes decidiram
manter a ocupação do campus
de Guarulhos. Foi marcada nova assembléia para terça.
Segundo a assessoria de imprensa da Unifesp, não havia
registro de danos materiais.
O reitor da UFRJ, Aloísio
Teixeira, afirmou ontem que
não vai tomar nenhuma medida para expulsar os alunos, que,
anteontem, decidiram ocupar o
salão que dá acesso à reitoria e
ao conselho universitário.
Teixeira, no entanto, criticou
a ocupação, afirmando que
"houve uma tentativa de intimidar e coagir o conselho".
Novos cursos
O plano de adesão ao Reuni
da Unifesp prevê a criação de 13
cursos, a serem incluídos até
2010. A proposta da universidade prevê um aumento de
1.203 vagas (vestibular 2008)
para 2.358 (vestibular 2010).
Colaborou a Folha Online
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