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SAÚDE/ALIMENTAÇÃO
Condições de armazenagem e modo de preparo devem ser observados, dizem médicos
Boa aparência não garante a qualidade dos alimentos
FERNANDA BASSETTE
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A boa aparência de um alimento
nem sempre significa que ele esteja bom para consumir. Especialmente nos períodos mais quentes,
a comida corre o risco de estar
contaminada por bactérias ou outros agentes e causar problemas.
"Prestar atenção apenas na aparência do alimento não é seguro
para garantir a qualidade. A pessoa precisa saber as condições de
armazenamento e se foi preparado recentemente", alerta Ronan
José Vieira, médico do Centro de
Controle de Intoxicações da Universidade Estadual de Campinas.
As infecções e intoxicações alimentares são doenças comuns e
geralmente fáceis de tratar. Uma
vez presentes no organismo da
pessoa, essas bactérias ou toxinas
causam dores abdominais, diarréia e vômito porque irritam a
mucosa do intestino.
Segundo Eduardo Hage, coordenador de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, entre 1999 e 2005, período de existência de um sistema de vigilância
para doenças transmitidas por
alimentos, foram registrados
4.092 surtos com 78.172 pessoas
atingidas. Destas, 47 morreram.
Os alimentos crus e os que utilizam ovos em sua composição,
principalmente maionese, foram
os principais causadores de problemas. As doenças mais comuns
são as causadas pela bactéria salmonella e causam diarréia, vômito e febre.
"Quando estão intoxicadas, as
pessoas têm um distúrbio gastrointestinal que é tratado com hidratação intensa. Em alguns casos
um pouco mais graves, o paciente
precisa ser medicado com antibióticos", diz Stephan Geocze,
gastroenterologista da Universidade Federal de São Paulo.
Segundo Vieira, há dois tipos
diferentes de contaminação por
alimentos: a infecção alimentar e
a intoxicação alimentar.
Nos casos de infecção, os sintomas podem demorar alguns dias
porque as bactérias presentes no
alimento precisam de tempo para
se desenvolver. Já nos casos de intoxicação, provocada por toxinas
presentes no ar, na água e nas
mãos, as manifestações clínicas
aparecem rapidamente e geralmente atingem várias pessoas.
Uma dica de Hage é observar se
os alimentos colocados em locais
abertos estão protegidos por telas,
ou se são mantidos aquecidos e
refrigerados, o que afasta vetores
de doenças, como moscas. Manipuladores dos alimentos devem
usar máscara e luvas. E todos os
restaurantes são obrigados a permitir a visita à cozinha.
O cliente também pode solicitar
o certificado da visita da vigilância
sanitária, que deve ser renovado
todos os anos preferencialmente,
diz o coordenador.
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