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Professores observam imprecisão em questão da Unicamp
Se houver respostas como as citadas nas reclamações dos docentes, serão analisadas e aceitas, se o raciocínio estiver correto, diz coordenador-adjunto do vestibular
SIMONE HARNIK
VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
DA REPORTAGEM LOCAL
A prova da primeira fase da
Unicamp aconteceu ontem e,
logo na primeira questão, de
matemática, provocou polêmica entre os professores de cursinho ouvidos pela Folha.
Segundo eles, há duas imprecisões na pergunta, que podem
levar candidatos a uma confusão. Como tradicionalmente
faz, a Unicamp optou por um
exame monotemático, sobre
agricultura, com ênfase no aspecto energético.
O professor Glen Van Amson, do Anglo, afirma que, na
primeira pergunta, foi empregado o termo "função linear"
de maneira equivocada. "No
sentido estrito da palavra, está
errado", endossa Edmilson
Motta, do Etapa. Já para o professor do Objetivo Giuseppe
Nobilioni, havia um problema
no item b (que perguntava sobre dois combustíveis). "Acredito que alguns alunos possam
ter interpretado a pergunta e
construído uma resposta pensando na proporção deles [dos
combustíveis]."
O coordenador-adjunto da
Comvest (comissão que realiza
o vestibular), Renato Pedrosa,
considera que a pergunta estava clara. "Mas, se aparecerem
respostas levando em conta as
reclamações dos professores,
elas serão analisadas e aceitas,
se o raciocínio estiver correto."
No restante do exame, segundo o diretor do Etapa, Carlos Eduardo Bindi, a prova serviu para avaliar a capacidade de
leitura do candidato e seu conhecimento geral. "Foi uma
prova dentro do estilo geral da
primeira fase da Unicamp. O
aluno precisava saber interpretar textos e ter familiaridade
com algumas equações, fórmulas e conceitos básicos. Não foi
uma prova de memorização, e
sim de compreensão de textos
e conhecimento geral", analisa.
Exame
A prova é composta por uma
redação -que pode ser dissertação, carta ou narração- e de
12 questões sobre matemática,
química, física, biologia, geografia e história. Somente os
candidatos mais bem classificados, em até oito vezes o número
de vagas em cada curso, terão
sua redação corrigida. Serão
eliminados os que tirarem nota
zero na redação ou no conjunto
das questões.
"Não achei a prova muito difícil, mas queria ter tido mais
tempo", afirma Luís Felipe Lopes Honorato, 21, que presta
vestibular para medicina. Já
Priscila Bruno, 17, estudante de
uma escola pública de Campinas, considerou a parte de exatas complexa.
O índice de abstenção foi de
5,5%, o que corresponde a 2.791
dos 50.219 inscritos. No ano
passado, dos 49.845 candidatos, 4,83% ficaram ausentes.
Esse foi o caso de um estudante de Pirituba, zona norte,
que não quis se identificar. Ele
iria tentar uma vaga no curso
de engenharia química, mas o
ônibus em que estava quebrou
e ele teve de percorrer boa parte do trajeto a pé, correndo até
o local de prova na Barra Funda, sem conseguir chegar a
tempo. "Não tenho culpa do
ônibus. A Unicamp é minha
prioridade. Não posso perder
mais um ano", desesperava-se.
A Unicamp lançou em seu site um podcast, programa de rádio transmitido via internet,
com informações sobre a prova
e sobre a universidade. Na
quarta, um programa comentando uma das questões será
lançado. No mesmo dia, a entidade deve divulgar as respostas
esperadas na primeira fase.
A lista dos candidatos convocados para a segunda fase será
divulgada no dia 19 de dezembro. A segunda etapa acontece
entre os dias 14 e 17 de janeiro.
A relação de aprovados será divulgada no dia 6 de fevereiro.
NA INTERNET - Mais informações e
podcast www.comvest.unicamp.br
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