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Jovem morre após ex-noivo mantê-la refém pela 2º vez
Rapaz de 23 anos, que se suicidou, ficou preso três meses após o primeiro seqüestro da garota, em junho deste ano
Ele invadiu farmácia onde ela trabalhava, em Praia Grande, e a manteve presa por 11 horas; segundo testemunha, seqüestrador estava bêbado
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRAIA GRANDE
Inconformado com o fim de
um relacionamento de cinco
anos, um jovem de 23 anos invadiu a farmácia onde a ex-noiva trabalhava e a manteve refém por mais de 11 horas ontem, em Praia Grande (77 km
de SP). Atirou na própria cabeça e na dela e ambos morreram.
Gilmar Leandro da Silva Filho já havia seqüestrado
Evellyn Ferreira Amorim, 18,
em 13 de junho, após invadir a
casa da ex-noiva e mantê-la,
com a tia, sob a mira de um revólver por cinco horas. Não
houve feridos na ocasião.
Gilmar ficou preso menos de
três meses. Ganhou liberdade
provisória em agosto, mas ainda respondia por cárcere privado e porte ilegal de arma.
Ontem, ele chegou à Nova
Farma, à 0h. Rendeu o balconista Almir Guimarães, 42, e algemou Evellyn, caixa do local, a
seu braço. À 0h20, deu um tiro
na parede após discutir com
ela. Ele insistia, diz o balconista, que ela estava com um outro
rapaz, de São Paulo. E que havia
descoberto isso no Orkut.
A polícia chegou às 2h. Como
no primeiro seqüestro, um PM
primo de Gilmar assumiu as
negociações. As conversas foram mantidas por meio de aparelhos de rádio. No início, Gilmar só pediu uma caixa de cerveja, o que foi negado. Segundo
Guimarães, ele já havia bebido.
Às 3h, ele chegou a retirar as
algemas, mas Evellyn tentou
fugir e ele voltou a prendê-la.
Às 5h, libertou o balconista.
Por volta de 10h, o local estava cercado. Jornalistas, curiosos e cerca de 40 policiais estavam em volta da drogaria, em
uma avenida movimentada da
cidade. Às 11h55, quando ele
disse que iria sair e entregar a
arma, foram ouvidos dois tiros.
O local foi invadido. A polícia
diz ter encontrado os dois deitados no chão, algemados, cada
um com um tiro na cabeça.
"Não havia contato visual.
Por isso, não creio ter havido
erro [na ação policial]", afirmou o tenente-coronel da PM
José Américo Peixoto.
Gilmar e Evellyn foram levados ao hospital. Chegaram em
coma profundo. Ela morreu às
14h20 e Gilmar, às 17h40.
"No início, ele foi para fazer
valer a promessa dela de retomar o noivado, feita na primeira vez que a fez refém. Em momento algum, porém, ele propôs que eles voltassem a morar
juntos. Isso reafirma a idéia de
se vingar apenas", disse o delegado Luiz Evandro Medeiros.
Segundo o balconista,
Evellyn chegou a fazer visitas
íntimas a Gilmar na prisão. "De
alguma forma ela alimentou a
esperança de um retorno."
Evelin Dias, 23, tia de
Evellyn, afirmou que os dois
haviam trocado alianças e que
tinham terminado porque ela
não gostava mais dele.
O padrasto de Gilmar, o pedreiro Edson Marques, 40, disse que, antes da prisão, ele trabalhava como motoboy e vigia.
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