São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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Chuva mata 5 pessoas no Sul; teto de escola desaba e fere alunos

Segundo a Defesa Civil, 2.900 pessoas tiveram que sair de casa por causa do temporal; desabamento feriu pelo menos 30 alunos

Os ventos chegaram a mais de 130 km/h no litoral norte do Rio Grande do Sul; mais de 570 mil consumidores ficaram sem luz no Estado

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CIDREIRA (RS)

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Cinco pessoas morreram ontem em decorrência de temporais que atingiram o Rio Grande do Sul durante a tarde. Em Cidreira (133 km de Porto Alegre), parte do teto de uma escola municipal desabou sobre salas de aula com as chuvas, atingindo ao menos 30 alunos.
O desabamento na Escola Municipal Ildo Meneghetti provocou fraturas em pelo menos seis alunos. Uma menina de 13 anos estava com suspeita de traumatismo craniano. Os feridos têm idades entre 10 e 16 anos. No colégio, estudam cerca de 300 alunos.
Pelo menos seis escolas da região tiveram aulas suspensas por destelhamentos. Ainda em Cidreira, outras duas pessoas ficaram feridas em consequência dos fortes ventos.
Com ferimentos na cabeça e ataduras nos dedos da mão direita, Kauani de Freitas Mandicaju, 11, apontava para os escombros da escola. "Ficou tudo escuro e fomos para a janela olhar. Estava um ventão e voaram algumas telhas. De repente, caiu tudo em cima de mim. Quando abri os olhos, estava embaixo de um monte de tijolos", contou a menina.
O forte vento que atingiu o litoral ontem à tarde provocou o desabamento do teto de duas das oito salas de aula da escola, onde estudam aproximadamente 300 alunos.
Nos fundos, um muro de 60 metros de comprimento por 2 metros de altura veio abaixo. O colégio havia passado recentemente por uma reforma.
Na hora do vendaval, os vizinhos da escola correram para socorrer as crianças. O açougueiro Marcos Rafael, 21, saiu de casa para conferir os estragos do vento. Ele ouviu gritos na escola. "Corri pra lá com os outros vizinhos e ainda encontrei três crianças embaixo de uma laje. Foi um caos."
Na vizinha Tramandaí, o vendaval provocou danos em prédios públicos da cidade. Houve destelhamento no hospital da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), na igreja Matriz e no ginásio municipal.
Os ventos chegaram a mais de 130 km/h no litoral norte do Estado. Mais de 570 mil consumidores ficaram sem luz.

Mortes
Duas mortes aconteceram em Porto Alegre. Marilu Santos de Azambuja, 37, morreu devido ao desabamento de um muro. No bairro Pitimbu, Jorge Marcelo de Brito, 39, foi atingido por uma árvore.
Em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre), foi registrada a morte do pedreiro Eduardo da Silva, 19, atingido por um muro que desabou na obra onde trabalhava. Na cidade também morreu o sargento João Luís de Mattos, enquanto operava uma motosserra.
O agricultor Pedro da Silva Rosa, 60, morreu após uma árvore cair sobre o trator que estava guiando, em Capivari do Sul (83 km de Porto Alegre).
Segundo o serviço privado de meteorologia Metsul, a chuva e o forte vento de ontem foram causados pelo encontro de uma frente fria do Uruguai e uma massa de ar quente que estava no Estado. Chove forte no Estado desde a semana passada.
De acordo com a Defesa Civil estadual, cerca de 2.900 pessoas tiveram que sair de suas casas. Foram 34 cidades afetadas e 11 já decretaram situação de emergência.
O sul de Santa Catarina também foi afetado por temporais. Segundo a Defesa Civil, ao menos 15 municípios foram atingidos. No porto de Imbituba (97 km de Florianópolis), três trabalhadores ficaram feridos devido à queda de um guindaste.


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