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Chuva mata 5 pessoas no Sul; teto de escola desaba e fere alunos
Segundo a Defesa Civil, 2.900 pessoas tiveram que sair de casa por causa do temporal; desabamento feriu pelo menos 30 alunos
Os ventos chegaram a mais de 130 km/h no litoral norte do Rio Grande do Sul; mais de 570 mil consumidores ficaram sem luz no Estado
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CIDREIRA (RS)
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Cinco pessoas morreram ontem em decorrência de temporais que atingiram o Rio Grande do Sul durante a tarde. Em
Cidreira (133 km de Porto Alegre), parte do teto de uma escola municipal desabou sobre salas de aula com as chuvas, atingindo ao menos 30 alunos.
O desabamento na Escola
Municipal Ildo Meneghetti
provocou fraturas em pelo menos seis alunos. Uma menina
de 13 anos estava com suspeita
de traumatismo craniano. Os
feridos têm idades entre 10 e 16
anos. No colégio, estudam cerca de 300 alunos.
Pelo menos seis escolas da
região tiveram aulas suspensas
por destelhamentos. Ainda em
Cidreira, outras duas pessoas
ficaram feridas em consequência dos fortes ventos.
Com ferimentos na cabeça e
ataduras nos dedos da mão direita, Kauani de Freitas Mandicaju, 11, apontava para os escombros da escola. "Ficou tudo
escuro e fomos para a janela
olhar. Estava um ventão e voaram algumas telhas. De repente, caiu tudo em cima de mim.
Quando abri os olhos, estava
embaixo de um monte de tijolos", contou a menina.
O forte vento que atingiu o litoral ontem à tarde provocou o
desabamento do teto de duas
das oito salas de aula da escola,
onde estudam aproximadamente 300 alunos.
Nos fundos, um muro de 60
metros de comprimento por 2
metros de altura veio abaixo. O
colégio havia passado recentemente por uma reforma.
Na hora do vendaval, os vizinhos da escola correram para
socorrer as crianças. O açougueiro Marcos Rafael, 21, saiu
de casa para conferir os estragos do vento. Ele ouviu gritos
na escola. "Corri pra lá com os
outros vizinhos e ainda encontrei três crianças embaixo de
uma laje. Foi um caos."
Na vizinha Tramandaí, o
vendaval provocou danos em
prédios públicos da cidade.
Houve destelhamento no hospital da Ulbra (Universidade
Luterana do Brasil), na igreja
Matriz e no ginásio municipal.
Os ventos chegaram a mais
de 130 km/h no litoral norte do
Estado. Mais de 570 mil consumidores ficaram sem luz.
Mortes
Duas mortes aconteceram
em Porto Alegre. Marilu Santos
de Azambuja, 37, morreu devido ao desabamento de um muro. No bairro Pitimbu, Jorge
Marcelo de Brito, 39, foi atingido por uma árvore.
Em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre), foi registrada a morte do pedreiro
Eduardo da Silva, 19, atingido
por um muro que desabou na
obra onde trabalhava. Na cidade também morreu o sargento
João Luís de Mattos, enquanto
operava uma motosserra.
O agricultor Pedro da Silva
Rosa, 60, morreu após uma árvore cair sobre o trator que estava guiando, em Capivari do
Sul (83 km de Porto Alegre).
Segundo o serviço privado de
meteorologia Metsul, a chuva e
o forte vento de ontem foram
causados pelo encontro de uma
frente fria do Uruguai e uma
massa de ar quente que estava
no Estado. Chove forte no Estado desde a semana passada.
De acordo com a Defesa Civil
estadual, cerca de 2.900 pessoas tiveram que sair de suas
casas. Foram 34 cidades afetadas e 11 já decretaram situação
de emergência.
O sul de Santa Catarina também foi afetado por temporais.
Segundo a Defesa Civil, ao menos 15 municípios foram atingidos. No porto de Imbituba (97
km de Florianópolis), três trabalhadores ficaram feridos devido à queda de um guindaste.
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