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EUNICE RISE (1929-2010)
"Pintava" quadros em ponto cruz
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Parece pintura o que se vê
nos pequenos quadros que
Eunice Rise fazia. Mas um
olhar mais atento desvenda:
as paisagens que ela criou,
com castelos ou pássaros,
são bordadas em ponto cruz.
A técnica ela aprendeu sozinha, às vezes com a ajuda
de alguma revista. Em datas
especiais, Eunice sempre fazia questão de presentear algum parente com um mimo
elaborado por ela mesma.
Por isso, todo mundo da
família tem um quadrinho
seu. E ela fazia ainda toalhas
e pinturas em cerâmica.
Nascida em São Paulo, Eunice era filha de um imigrante português, proprietário de
uma loja de produtos musicais no centro da capital.
A mãe tocava piano, e ela
também aprendeu a tirar
som do instrumento, assim
como de um acordeão.
Ainda muito nova, casou-se com Francisco Rise, um
jornalista da "Gazeta Mercantil" com quem ela tinha
um laço distante de parentesco. Entre o casal, havia uma
diferença grande de idade.
Em 1945, a moça tinha 16
anos; o noivo estava com 30.
Segundo a filha Helena, a
mãe é de uma geração em
que as mulheres logo cedo se
dedicavam à cozinha e ao
bordado. A profissão de Eunice, nas palavras da filha,
foi ser mãe, avó e bisavó.
Era tímida, tranquila e
preocupada em zelar pela
união familiar. Ultimamente,
já se preparava para o Natal.
Havia até feito um quadro
para presentear a bisneta.
Viúva há oito anos, morreu no domingo, aos 81, de
embolia pulmonar. Teve cinco filhas, oito netos e bisneta.
A missa de sétimo dia será
hoje, às 12h, na paróquia São
Pedro e São Paulo, capital.
coluna.obituario@uol.com.br
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