São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010

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EUNICE RISE (1929-2010)

"Pintava" quadros em ponto cruz

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Parece pintura o que se vê nos pequenos quadros que Eunice Rise fazia. Mas um olhar mais atento desvenda: as paisagens que ela criou, com castelos ou pássaros, são bordadas em ponto cruz.
A técnica ela aprendeu sozinha, às vezes com a ajuda de alguma revista. Em datas especiais, Eunice sempre fazia questão de presentear algum parente com um mimo elaborado por ela mesma.
Por isso, todo mundo da família tem um quadrinho seu. E ela fazia ainda toalhas e pinturas em cerâmica.
Nascida em São Paulo, Eunice era filha de um imigrante português, proprietário de uma loja de produtos musicais no centro da capital.
A mãe tocava piano, e ela também aprendeu a tirar som do instrumento, assim como de um acordeão.
Ainda muito nova, casou-se com Francisco Rise, um jornalista da "Gazeta Mercantil" com quem ela tinha um laço distante de parentesco. Entre o casal, havia uma diferença grande de idade. Em 1945, a moça tinha 16 anos; o noivo estava com 30.
Segundo a filha Helena, a mãe é de uma geração em que as mulheres logo cedo se dedicavam à cozinha e ao bordado. A profissão de Eunice, nas palavras da filha, foi ser mãe, avó e bisavó.
Era tímida, tranquila e preocupada em zelar pela união familiar. Ultimamente, já se preparava para o Natal. Havia até feito um quadro para presentear a bisneta.
Viúva há oito anos, morreu no domingo, aos 81, de embolia pulmonar. Teve cinco filhas, oito netos e bisneta.
A missa de sétimo dia será hoje, às 12h, na paróquia São Pedro e São Paulo, capital.

coluna.obituario@uol.com.br


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