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Apeoesp quer anulação do provão escolar de SP
Para sindicato de professores, erros no Saresp poderão afetar os bônus dos docentes
DE SÃO PAULO
A Apeoesp, que representa
os professores da rede estadual paulista, afirmou ontem
que entrará na Justiça para
pedir a anulação do Saresp,
prova do governo do Estado
aplicada nesta semana.
A Folha divulgou ontem
que recebeu relatos de gabaritos trocados, provas faltando, uso de celular e até de
professores da própria escola
dentro da sala (o que é proibido) ajudando alunos a responder às questões.
Para Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato,
os alunos foram prejudicados com as falhas e isso, diz,
tem reflexo nos docentes.
"As falhas vão provocar
distorções nas notas. E os
professores terão bônus de
acordo com o desempenho
do alunos. Se distorce o resultado dos alunos, distorce
o dos professores também."
Ela considerou grave, sobretudo, o problema detectado em ao menos 18 escolas,
onde as folhas de resposta tinham numeração do estudante diferente da que havia
no caderno de perguntas.
Isso poderia fazer com que
respostas certas fossem consideradas erradas.
Outro fator que pode distorcer as notas é o fato de os
professores terem ajudado
alunos com as respostas, como a Folha viu em um vídeo
gravado na sala de aula.
O secretário da Educação,
Paulo Renato Souza, disse
que os alunos não foram prejudicados e que o problema
com a numeração na folha de
respostas era "previsto".
"Quando você tem 26 cadernos de prova, que têm que
ser manipulados, colocados
exatamente a prova com a folha de resposta [os erros podem acontecer]. Isso foi resolvido nas escolas", disse.
A secretaria diz que havia
um espaço onde os alunos
poderiam retificar o número.
Paulo Renato afirmou ainda que os outros problemas
serão investigados e, se comprovados, a nota da escola e
o bônus serão cancelados.
Segundo ele, a secretaria
recebeu, no ano passado, denúncias de fraude em 14 escolas. Elas foram investigadas e o bônus, suspenso.
Treze delas foram inocentadas e receberam o bônus
nove meses depois. Uma ainda está em sindicância.
O governador Alberto
Goldman (PSDB) disse ontem que as falhas foram "casos muito singulares, sem
nenhuma repercussão" e
que a avaliação em todo o Estado vai estar "99% perfeita".
Para ele, as falhas não prejudicam os alunos, "porque o
avaliado é a escola, para efeito de bônus que os professores e diretores recebem".
(TALITA BEDINELLI)
Colaborou CRISTINA MORENO DE CASTRO
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