São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010

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Apeoesp quer anulação do provão escolar de SP

Para sindicato de professores, erros no Saresp poderão afetar os bônus dos docentes

DE SÃO PAULO

A Apeoesp, que representa os professores da rede estadual paulista, afirmou ontem que entrará na Justiça para pedir a anulação do Saresp, prova do governo do Estado aplicada nesta semana.
A Folha divulgou ontem que recebeu relatos de gabaritos trocados, provas faltando, uso de celular e até de professores da própria escola dentro da sala (o que é proibido) ajudando alunos a responder às questões.
Para Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato, os alunos foram prejudicados com as falhas e isso, diz, tem reflexo nos docentes.
"As falhas vão provocar distorções nas notas. E os professores terão bônus de acordo com o desempenho do alunos. Se distorce o resultado dos alunos, distorce o dos professores também."
Ela considerou grave, sobretudo, o problema detectado em ao menos 18 escolas, onde as folhas de resposta tinham numeração do estudante diferente da que havia no caderno de perguntas. Isso poderia fazer com que respostas certas fossem consideradas erradas.
Outro fator que pode distorcer as notas é o fato de os professores terem ajudado alunos com as respostas, como a Folha viu em um vídeo gravado na sala de aula.
O secretário da Educação, Paulo Renato Souza, disse que os alunos não foram prejudicados e que o problema com a numeração na folha de respostas era "previsto".
"Quando você tem 26 cadernos de prova, que têm que ser manipulados, colocados exatamente a prova com a folha de resposta [os erros podem acontecer]. Isso foi resolvido nas escolas", disse. A secretaria diz que havia um espaço onde os alunos poderiam retificar o número.
Paulo Renato afirmou ainda que os outros problemas serão investigados e, se comprovados, a nota da escola e o bônus serão cancelados.
Segundo ele, a secretaria recebeu, no ano passado, denúncias de fraude em 14 escolas. Elas foram investigadas e o bônus, suspenso. Treze delas foram inocentadas e receberam o bônus nove meses depois. Uma ainda está em sindicância.
O governador Alberto Goldman (PSDB) disse ontem que as falhas foram "casos muito singulares, sem nenhuma repercussão" e que a avaliação em todo o Estado vai estar "99% perfeita".
Para ele, as falhas não prejudicam os alunos, "porque o avaliado é a escola, para efeito de bônus que os professores e diretores recebem".
(TALITA BEDINELLI)


Colaborou CRISTINA MORENO DE CASTRO


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