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Má distribuição de lixeiras afeta vias comerciais de SP
17 ruas de intenso comércio têm distribuição irregular
Reportagem da Folha
percorreu cerca de 30 km
para quantificar as
papeleiras; problema afeta
regiões nobres e populares
DANIELA ARRAIS
FELIPE BÄCHTOLD
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Faltam pelo menos 100 mil
lixeiras nas áreas de maior circulação de pedestres de São
Paulo. As 40 mil existentes estão mal distribuídas, e estima-se que um quinto delas seja depredada no próximo ano.
Em algumas ruas da cidade,
como a Joaquim Floriano (zona oeste), pedestres têm de andar até 733 m para se desfazer
do lixo. Na São Caetano (centro), eles nem têm a opção
-nos cerca de 1.100 m de extensão de via não há lixeiras.
Das 17 principais vias comerciais citadas pela Fecomércio-SP, ao menos 10 sofrem com
falta de lixeiras. O problema
afeta desde os quarteirões de
lojas de luxo dos Jardins até
centros de comércio popular.
A Folha percorreu 36 km em
vias do centro e das zonas norte, sul e oeste para quantificar
lixeiras, de 16 a 30 de novembro. Havia 513. Para especialistas, seriam necessárias 1.200.
Em 2002, a prefeitura previu
a compra de 140 mil papeleiras
-nome técnico do equipamento. Foi aberta licitação, mas a
empresa responsável "não teve
fôlego" para cumprir as metas,
segundo Giuseppe Pagano, diretor do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana).
A regulamentação de instalação das lixeiras fala apenas na
distância mínima: em ruas comerciais, pontos de ônibus, escolas e praças, não podem estar
a menos de 25 m uma da outra.
Para os demais lugares, 50 m.
Estudiosos do assunto recomendam a distância de 50 m
em locais movimentados.
É teoria. Nos Jardins, a alameda Santos e a rua Augusta,
com unidades em todas as quadras, são rodeadas de vizinhas
sem lixeira. A 25 de Março tem
uma a cada 81 m -para o lixo
dos 400 mil pedestres diários.
A equipe de varrição limpa a
rua até dez vezes por dia. "A
gente demora quarteirões para
achar lixeira. Se a gente não vê,
joga o lixo no chão", diz a vendedora Mônica Barros, 25.
Com a lacuna, empresas instalam o equipamento sem permissão da prefeitura para explorar publicidade. Outras procuram firmar parcerias. Na
João Cachoeira, Itaim Bibi, a
associação de lojas local comprou 64 lixeiras, fixadas em
500 m dos 1.700 m da via.
Além de suprir a carência, a
prefeitura precisa repôr as lixeiras destruídas, cerca de 20%
por ano, segundo estimativas.
"O índice de depredação é
muito alto. Não adianta encher
[a rua] de lixeira, depois ter um
terço delas e, então, levar mais
três anos para fazer uma nova
compra", diz Gilson Lameira,
ex-diretor do Limpurb.
FELIPE BÄCHTOLD e DANIELA ARRAIS participaram do 42º programa de treinamento da Folha, que foi patrocinado pela Philip Morris Brasil
NA INTERNET - Veja fotos, entrevistas e curiosidades sobre lixeiras
www.folha.com.br/063407 e
www.folha.com.br/063531
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