São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 2006

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OUTRO LADO

Estado diz que decisão foi social

DA REPORTAGEM LOCAL

A gestão Geraldo Alckmin negou que o secretário da Educação, Gabriel Chalita, tenha tido alguma participação na decisão do Estado de ceder a fazenda Centri, em Lorena, ao grupo Canção Nova. Segundo a Secretaria de Comunicação, a opção foi feita em razão do "alcance social" das obras da fundação religiosa.
Procurado pela Folha, Chalita não se pronunciou, assim como o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), que indicou a Secretaria de Comunicação para responder aos questionamentos da Folha.
O DAEE é o órgão do Estado, vinculado à Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, ao qual pertence o terreno cedido.
Da mesma forma que a secretaria, a Fundação João Paulo 2º, que mantém a Canção Nova, nega a influência de Chalita na decisão e diz que a área foi cedida para ser aproveitada "exclusivamente para realizações de obras sociais, sem nenhuma intervenção política que fira esse quesito".
Informa, também, que o vínculo de Chalita com a Canção Nova "existe desde a infância". "Ele é natural de Cachoeira Paulista, cidade-sede da Canção Nova, e participa dos programas da mesma desde então", informa a nota.
De acordo com o governo, a opção pela Canção Nova e não pela utilização do terreno para a realização de reforma agrária ou para ampliação da Faculdade de Engenharia Química de Lorena aconteceu em razão do "enorme alcance social" das realizações da Fundação João Paulo 2º.
O assessor de Comunicação do governo, Emerson Figueiredo, afirmou que a escolha foi feita por meio de uma "análise técnica".
"A Fundação João Paulo 2º tem uma ação muito abrangente. Isso nem passou pelo Chalita nem por qualquer avaliação dele", disse.
De acordo com o governo do Estado, a cessão do imóvel à rede permitirá avançar nas ações sociais, ao transformar o local em um espaço educacional e filantrópico que levará desenvolvimento para a região.
A Fundação João Paulo 2º também informou que mantém no Vale do Paraíba obras sociais na área de educação, integração social e saúde, para onde será destinada a produção em desenvolvimento na fazenda.
Entre os possíveis beneficiados pela produção da fazenda, foram incluídos o Instituto Canção Nova de Educação (escola que atende cerca de 1.100 alunos de Cachoeira Paulista), a Casa Bom Samaritano, que acolhe moradores de rua e famílias carentes da região, e o quadro de funcionários da sede da rede católica. Entre outras atividades sociais, a Canção Nova mantém postos de atendimento médico em Cachoeira Paulista. (VR)


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