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OUTRO LADO
Estado diz que decisão foi social
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão Geraldo Alckmin negou que o secretário da Educação,
Gabriel Chalita, tenha tido alguma participação na decisão do Estado de ceder a fazenda Centri,
em Lorena, ao grupo Canção Nova. Segundo a Secretaria de Comunicação, a opção foi feita em
razão do "alcance social" das
obras da fundação religiosa.
Procurado pela Folha, Chalita
não se pronunciou, assim como o
DAEE (Departamento de Águas e
Energia Elétrica do Estado de São
Paulo), que indicou a Secretaria
de Comunicação para responder
aos questionamentos da Folha.
O DAEE é o órgão do Estado,
vinculado à Secretaria Estadual de
Recursos Hídricos, ao qual pertence o terreno cedido.
Da mesma forma que a secretaria, a Fundação João Paulo 2º, que
mantém a Canção Nova, nega a
influência de Chalita na decisão e
diz que a área foi cedida para ser
aproveitada "exclusivamente para realizações de obras sociais,
sem nenhuma intervenção política que fira esse quesito".
Informa, também, que o vínculo de Chalita com a Canção Nova
"existe desde a infância". "Ele é
natural de Cachoeira Paulista, cidade-sede da Canção Nova, e participa dos programas da mesma
desde então", informa a nota.
De acordo com o governo, a opção pela Canção Nova e não pela
utilização do terreno para a realização de reforma agrária ou para
ampliação da Faculdade de Engenharia Química de Lorena aconteceu em razão do "enorme alcance social" das realizações da Fundação João Paulo 2º.
O assessor de Comunicação do
governo, Emerson Figueiredo,
afirmou que a escolha foi feita por
meio de uma "análise técnica".
"A Fundação João Paulo 2º tem
uma ação muito abrangente. Isso
nem passou pelo Chalita nem por
qualquer avaliação dele", disse.
De acordo com o governo do
Estado, a cessão do imóvel à rede
permitirá avançar nas ações sociais, ao transformar o local em
um espaço educacional e filantrópico que levará desenvolvimento
para a região.
A Fundação João Paulo 2º também informou que mantém no
Vale do Paraíba obras sociais na
área de educação, integração social e saúde, para onde será destinada a produção em desenvolvimento na fazenda.
Entre os possíveis beneficiados
pela produção da fazenda, foram
incluídos o Instituto Canção Nova de Educação (escola que atende cerca de 1.100 alunos de Cachoeira Paulista), a Casa Bom Samaritano, que acolhe moradores
de rua e famílias carentes da região, e o quadro de funcionários
da sede da rede católica. Entre outras atividades sociais, a Canção
Nova mantém postos de atendimento médico em Cachoeira
Paulista.
(VR)
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