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INFÂNCIA
Texto aprovado em comissões da Câmara deve ir agora para o Senado; agressor passará por orientação psicológica
Projeto proíbe castigo físico em crianças
ANA CESALTINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um projeto de lei que proíbe
qualquer forma de castigo físico
em crianças e adolescentes foi
aprovado pela Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara,
em caráter conclusivo, e deve ser
encaminhado ao Senado.
Pelo texto, de autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS), o
agressor -seja pai, responsável
ou professor- fica sujeito a medidas previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Se constatada a punição corporal, os responsáveis podem ser encaminhados a programas oficiais
de proteção à família, a atendimento psicológico ou psiquiátrico, a cursos ou programas de
orientação, e podem ser obrigados a encaminhar a criança ou
adolescente a tratamento.
O texto diz que nem a alegação
de propósito pedagógico justifica
punição corporal. Para tanto, o
projeto modifica o Estatuto da
Criança e do Adolescente e o Novo Código Civil.
A deputada explica que as
crianças são as únicas pessoas para as quais a lei ainda permite a
agressão física. "Esse projeto legisla sobre o direito da criança de
não ser atingida por pancadas, direito já garantido ao adulto."
O projeto de lei 2.654 foi apresentado em dezembro de 2003,
passou pelas comissões de Educação e Cultura, Seguridade Social e
Família e, na última quarta-feira,
teve parecer aprovado por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, em caráter conclusivo. Isso significa
que o projeto não deverá ser apreciado pelo plenário da Casa, a menos que seja apresentado recurso
em um prazo de cinco sessões.
Acidentes e agressões são a
principal causa de morte de crianças de um a seis anos no Brasil.
Respondem por quase um quarto
dos óbitos, segundo dados do
Unicef. Psicólogos afirmam que o
castigo físico não ajuda a educar.
No entanto, divergem em relação
à definição desse termo.
"Ninguém tolera situações extremas. Mas há pais que sabem
quando uma palmada resolve",
diz a psicóloga Berenice Lara, especialista em terapia familiar.
"Não se educa com violência",
diz o psicanalista Haroldo Lopes.
"Uma criança que leva um tapa
vai entender que qualquer problema se resolve com violência."
Colaborou o "Agora"
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