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Kassab põe secretário de Transportes para cuidar do lixo
Alexandre de Moraes vai acumular agora a pasta de Serviços; ele comandará um orçamento de mais de R$ 3 bilhões
Na ex-Febem, Moraes demitiu 1.674 funcionários de uma só vez e criou rombo milionário após a Justiça reintegrar todos os demitidos
DA REPORTAGEM LOCAL
O homem de R$ 3 bilhões. O
secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes,
acumula, a partir de hoje, o cargo de secretário de Serviços.
A nomeação dele, em substituição ao deputado Dimas Ramalho (PPS), será formalizada
hoje no "Diário Oficial".
À frente das duas secretarias
e da SPTrans, Moraes passa a
gerenciar serviços estratégicos
da cidade: além da delicada
área de transportes, será o responsável pelos contratos de
varrição e coleta de lixo, iluminação e serviço funerário.
Moraes comandará um orçamento de R$ 3 bilhões, sendo
R$ 398 milhões da Secretaria
de Transportes, R$ 989 milhões da SPTrans, R$ 454 milhões da CET, R$ 1 bilhão da Secretaria de Serviços e R$ 120
milhões do Serviço Funerário.
A aliados, o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) alegou que, com
a escolha, pretende manter os
contratos sob rigoroso controle
num ano de crise. A nomeação
sinaliza uma mudança do eixo
de poder na prefeitura. Do mesmo partido de Kassab, Moraes
é homem de sua total confiança. E, assim como o ex-governador Cláudio Lembo, ganha cada
vez mais espaço no governo.
Ainda segundo seus interlocutores, Kassab pretende trabalhar afinado com outros três
secretários neste momento de
crise: Januário Montone (Saúde), Alexandre Schneider
(Educação) e Andrea Matarazzo (Subprefeituras).
Ex-Febem
Alexandre de Moraes tem
uma polêmica no currículo. Como presidente da ex-Febem
(hoje fundação Casa), em 2005,
ele ignorou a legislação trabalhista para demitir, de uma só
vez, 1.674 funcionários concursados da fundação. As demissões ocorreram após uma série
de denúncias de tortura.
O Supremo Tribunal Federal
considerou arbitrárias as demissões e determinou a reintegração de todos. Pelas contas
do sindicato dos trabalhadores
da ex-Febem, o rombo provocado pelas demissões deve chegar a R$ 110 milhões entre salários atrasados e direitos trabalhistas. Para a Fundação Casa,
porém, são cerca de R$ 15 milhões. O valor exato será definido pela Justiça do Trabalho.
(CATIA SEABRA E ROGÉRIO PAGNAN)
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