São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Kassab põe secretário de Transportes para cuidar do lixo

Alexandre de Moraes vai acumular agora a pasta de Serviços; ele comandará um orçamento de mais de R$ 3 bilhões

Na ex-Febem, Moraes demitiu 1.674 funcionários de uma só vez e criou rombo milionário após a Justiça reintegrar todos os demitidos


DA REPORTAGEM LOCAL

O homem de R$ 3 bilhões. O secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, acumula, a partir de hoje, o cargo de secretário de Serviços.
A nomeação dele, em substituição ao deputado Dimas Ramalho (PPS), será formalizada hoje no "Diário Oficial".
À frente das duas secretarias e da SPTrans, Moraes passa a gerenciar serviços estratégicos da cidade: além da delicada área de transportes, será o responsável pelos contratos de varrição e coleta de lixo, iluminação e serviço funerário.
Moraes comandará um orçamento de R$ 3 bilhões, sendo R$ 398 milhões da Secretaria de Transportes, R$ 989 milhões da SPTrans, R$ 454 milhões da CET, R$ 1 bilhão da Secretaria de Serviços e R$ 120 milhões do Serviço Funerário.
A aliados, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) alegou que, com a escolha, pretende manter os contratos sob rigoroso controle num ano de crise. A nomeação sinaliza uma mudança do eixo de poder na prefeitura. Do mesmo partido de Kassab, Moraes é homem de sua total confiança. E, assim como o ex-governador Cláudio Lembo, ganha cada vez mais espaço no governo.
Ainda segundo seus interlocutores, Kassab pretende trabalhar afinado com outros três secretários neste momento de crise: Januário Montone (Saúde), Alexandre Schneider (Educação) e Andrea Matarazzo (Subprefeituras).

Ex-Febem
Alexandre de Moraes tem uma polêmica no currículo. Como presidente da ex-Febem (hoje fundação Casa), em 2005, ele ignorou a legislação trabalhista para demitir, de uma só vez, 1.674 funcionários concursados da fundação. As demissões ocorreram após uma série de denúncias de tortura.
O Supremo Tribunal Federal considerou arbitrárias as demissões e determinou a reintegração de todos. Pelas contas do sindicato dos trabalhadores da ex-Febem, o rombo provocado pelas demissões deve chegar a R$ 110 milhões entre salários atrasados e direitos trabalhistas. Para a Fundação Casa, porém, são cerca de R$ 15 milhões. O valor exato será definido pela Justiça do Trabalho. (CATIA SEABRA E ROGÉRIO PAGNAN)


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