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Sérgio Naya, construtor do Palace 2, que desabou no Rio, morre na Bahia
Oito pessoas morreram no acidente; desabrigados ainda buscam indenização
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
Morreu ontem em Ilhéus
(BA) o ex-deputado federal
Sérgio Naya, 66, conhecido por
ser o dono da construtora responsável pelo edifício Palace 2,
que desabou em 22 de fevereiro
de 1998 -sábado de Carnaval-
na Barra da Tijuca, no Rio, matando oito pessoas e desabrigando mais de 100 famílias.
Naya foi encontrado morto
em um quarto do Hotel Jardim
Atlântico, onde estava hospedado desde o último dia 13. Segundo a administração do hotel, a morte provavelmente
ocorreu por infarto. O corpo foi
achado por volta das 16h e, segundo a Secretaria da Segurança da Bahia, foi levado para o
IML. O ex-deputado estava
hospedado com um motorista.
Formado em engenharia civil, ele era proprietário da Sersan, que construiu o prédio que
desabou. Na política, foi deputado federal por Minas Gerais,
pelo PMDB e PPB (atual PP), a
partir de 1987 até 1998.
Dois meses após o desabamento do prédio, teve o mandato cassado na Câmara por ferir o decoro parlamentar. Em
vídeo divulgado na época, disse
falsificar documentos. Também teve bens embargados.
Na época, a defesa dele dizia
que o desabamento foi provocado por erro na estrutura, de
responsabilidade do projetista,
e não da construtora.
No fim de 1999, o ex-deputado teve a prisão decretada pela
Justiça, que considerou que ele
poderia fugir antes do julgamento do caso Palace 2. Ele foi
solto um mês depois. Em 2004,
após tentar deixar o país, ficou
detido por três meses. Em
2002, a Justiça chegou a condená-lo pelo desabamento. Em
2005, porém, o TJ do Rio considerou que ele não poderia ser
responsabilizado.
Embora o Palace 2 tivesse
176 apartamentos, cerca de 120
famílias continuam no processo. As outras foram indenizadas ou fizeram acordos. Ontem,
dia de sua morte, as vítimas receberam R$ 8 milhões de indenização, resultante do leilão de
um terreno de Naya em Osasco.
Até agora, segundo a Associação de Vítimas do edifício Palace 2, as famílias que ainda brigam só receberam 40% do valor a que têm direito. Com a
morte de Naya, há a expectativa
de que outros imóveis pertencentes ao ex-deputado possam
ser conhecidos e leiloados.
Colaborou a Folha Online
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