São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Sérgio Naya, construtor do Palace 2, que desabou no Rio, morre na Bahia

Oito pessoas morreram no acidente; desabrigados ainda buscam indenização

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO

Morreu ontem em Ilhéus (BA) o ex-deputado federal Sérgio Naya, 66, conhecido por ser o dono da construtora responsável pelo edifício Palace 2, que desabou em 22 de fevereiro de 1998 -sábado de Carnaval- na Barra da Tijuca, no Rio, matando oito pessoas e desabrigando mais de 100 famílias.
Naya foi encontrado morto em um quarto do Hotel Jardim Atlântico, onde estava hospedado desde o último dia 13. Segundo a administração do hotel, a morte provavelmente ocorreu por infarto. O corpo foi achado por volta das 16h e, segundo a Secretaria da Segurança da Bahia, foi levado para o IML. O ex-deputado estava hospedado com um motorista.
Formado em engenharia civil, ele era proprietário da Sersan, que construiu o prédio que desabou. Na política, foi deputado federal por Minas Gerais, pelo PMDB e PPB (atual PP), a partir de 1987 até 1998.
Dois meses após o desabamento do prédio, teve o mandato cassado na Câmara por ferir o decoro parlamentar. Em vídeo divulgado na época, disse falsificar documentos. Também teve bens embargados.
Na época, a defesa dele dizia que o desabamento foi provocado por erro na estrutura, de responsabilidade do projetista, e não da construtora.
No fim de 1999, o ex-deputado teve a prisão decretada pela Justiça, que considerou que ele poderia fugir antes do julgamento do caso Palace 2. Ele foi solto um mês depois. Em 2004, após tentar deixar o país, ficou detido por três meses. Em 2002, a Justiça chegou a condená-lo pelo desabamento. Em 2005, porém, o TJ do Rio considerou que ele não poderia ser responsabilizado.
Embora o Palace 2 tivesse 176 apartamentos, cerca de 120 famílias continuam no processo. As outras foram indenizadas ou fizeram acordos. Ontem, dia de sua morte, as vítimas receberam R$ 8 milhões de indenização, resultante do leilão de um terreno de Naya em Osasco.
Até agora, segundo a Associação de Vítimas do edifício Palace 2, as famílias que ainda brigam só receberam 40% do valor a que têm direito. Com a morte de Naya, há a expectativa de que outros imóveis pertencentes ao ex-deputado possam ser conhecidos e leiloados.


Colaborou a Folha Online


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