São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 1998

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VIOLÊNCIA
Para a Secretaria da Segurança, houve 753 assassinatos em janeiro
Homicídio doloso bate recorde histórico na Grande São Paulo

CRISPIM ALVES
da Reportagem Local

Os casos de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, explodiram no último mês de janeiro e bateram o recorde histórico na Grande São Paulo.
Balanço divulgado ontem pela Secretaria da Segurança Pública revela que 753 pessoas foram assassinadas na região metropolitana de São Paulo no mês passado. Nunca foram registrados tantos homicídios em um único mês. O recorde anterior pertencia a março de 96 (719 casos).
O número de homicídios na Grande São Paulo em janeiro deste ano é 23% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 612 casos. Na capital, o aumento foi de 14,6% (447 assassinatos no último mês contra 390 em janeiro de 97).
Coincidentemente, no mesmo período foi registrada uma explosão no número de chacinas. Segundo dados do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), em janeiro do ano passado aconteceram quatro chacinas, que resultaram em 12 mortes, na Grande São Paulo. Nenhum caso foi registrado na capital.
Em janeiro deste ano a situação foi bastante diferente. A polícia registrou cinco chacinas na capital (15 mortos) e sete na Grande São Paulo (24 mortos).
Além do recorde de homicídios, todos os outros índices de criminalidade (furtos, roubos e furtos e roubos de veículos) aumentaram.
Em janeiro deste ano, ocorreram 7.435 roubos na cidade de São Paulo -33,8% a mais que no mesmo período do ano passado (5.555 casos). Na Grande São Paulo, o crescimento foi de 34,9% (9.900 roubos no último mês contra 7.340 em janeiro de 97).
O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, culpou a crise econômica pelo aumento da criminalidade. "A questão da segurança pública não é só um problema da polícia. A polícia pode contribuir para não deixar as coisas ficarem piores. No entanto, é difícil mudar essa situação enquanto tivermos uma política de desemprego e a falta de uma política de intervenção urbana nas áreas carentes da cidade."



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