São Paulo, domingo, 21 de março de 1999

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Vereadores apresentam projetos bizarros

em São Paulo

A criatividade dos vereadores de São Paulo na elaboração de projetos de lei não tem limites. Eles querem exigir o uso máscaras em restaurantes, equipar carrinhos de supermercados com freio e amortecedores e proibir o uso de "bichinhos virtuais" nas escolas.
O mais folclórico deles é José Izar (PFL). Ele quer autorizar as administrações regionais a transferir os camelôs das calçadas para o "leito carroçável" das ruas. Também quer que as empresas multinacionais hasteiem a bandeira nacional nas datas comemorativas.
O vereador José Viviani Ferraz (PL) apresentou projeto de lei para tornar obrigatória a instalação de dispositivos que permitam a abertura de porta-malas por dentro.
A justificativa do projeto é dramática: "Com o recrudescimento da onda de violência, o porta-malas de seus veículos vem se tornando o cárcere dessas indefesas vítimas. Aprisionado nesse ambiente escuro e sufocante, à vítima só resta rezar".
Dezenas de projetos que criam dias comemorativos já foram transformados em leis. O "Dia do Fusca", o "Dia do Karaokê", o "Dia da Refrigeração" e o "Dia dos Empregados em Edifícios" já podem ser comemorados em São Paulo.
Um projeto macabro criou a "Corrida Nova República", que deverá ser realizada no trajeto do Instituto do Coração ao aeroporto de Congonhas, o mesmo feito pelo cortejo fúnebre do presidente Tancredo Neves.
A denominação de ruas e praças já originou 800 projetos nesta legislatura, sendo 205 deles do vereador Antônio Paiva (PFL).
A idéia de colocar freios nos carrinhos de supermercado é do ex-vereador e atual deputado estadual Hanna Garib, envolvido em denúncias de corrupção.
Outro vereador envolvido nas denuncias, Vicente Viscome (expulso do PPB), é o autor de uma lei que permite que a prefeitura multe as pessoas que cometam erro de português em faixas e cartazes.



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