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SALÃO DO MÓVEL DE MILÃO
Criado em 1961, evento deste ano teve predomínio de produtos com mais de uma utilidade
Indústria de móveis investe em multifunção
MARCELO LIMA
DA REVISTA
Você investe naquela mesa de
jantar ampla e confortável, mas
lamenta não poder ter um sofá
para os amigos na hora do café.
Sonha com quatro cadeiras,
mas teme que o investimento acabe inviabilizando a compra da cobiçada espreguiçadeira.
Para Milão, terra do design, não
é impossível. Em sua 41ª edição, o
Salão do Móvel, a vitrine mais expressiva da produção mundial,
indica que, mesmo com verba
curta e pouco espaço, dá para ter
quase tudo. No evento, encerrado
na última segunda, a vanguarda
do design internacional apostou
em móveis de múltiplas funções.
Os pufes de espuma da espanhola Patricia Urquiola (B&B Itália) funcionam como mesa, bandeja ou baú, graças à tampa de
alumínio, que opera como assento ou bandeja.
Na Sticky Lamp, luminária criada por Chris Kabel para o grupo
holandês Droog Design, o invólucro de PVC incolor, no formato
da lâmpada, vira cúpula. O adesivo no verso cola a peça na parede.
Em época de revalorização do
hippie e do artesanal, mesas, estantes e poltronas da coleção Nobody's Perfect, do italiano Gaetano Pesce (ZeroDisegno), usam
uma resina poliuretânica transparente e líquida e só ganham "cara
própria" na hora da moldagem. O
operário, ao escolher e misturar
as resinas de cores diferentes, "assina" cada uma das peças.
De olho na vanguarda internacional, duas peças valorizadas no
Salão, dos brasileiros Fernando e
Humberto Campana, eram semi-artesanais: o sofá Boa (serpente,
em italiano), feito de trançado de
tubos de veludo fluorescente recheado de espuma, e a poltrona
Sushi, rolo de carpete e tecido
preenchido com tiras de pano,
plástico e borracha, sem estrutura
interna de ferro ou madeira.
Já a Sawaya Moroni investiu milhares de euros no desenvolvimento de um novo plástico, o poliuretano compacto, que permite
moldar o objeto como uma peça
inteiriça, sem perder a possibilidade de caprichar na sinuosidade.
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