São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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Grande São Paulo apresentou leve melhora

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a bacia do rio Piracicaba teve piora da qualidade de suas águas por repetir a história de crescimento sem planejamento nem preocupação ambiental, a Grande São Paulo, berço desse modelo, foi um dos poucos destaques positivos na comparação das análises de 2003 com as de 2002.
A bacia do Alto Tietê, que praticamente coincide com o território da região metropolitana, apresentou um leve aumento na percentagem de rios e reservatórios bons ou ótimos para abastecimento (de 35% para 37%), bem como pequenas reduções na fração de regulares (14% para 13%) e de ruins ou péssimos (51% para 50%).
O progresso é pequeno, mas, na avaliação da Cetesb, qualificado.
Em 37 pontos de amostragem, 31 tiveram melhoria na qualidade da água, 5 pioraram e 1 manteve o índice, diz Lineu Bassoi, diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da agência.
Entre os que progrediram estão importantes fontes de abastecimento como a represa Guarapiranga (zona sul de SP), que atende cerca de 4 milhões de pessoas; o sistema Cantareira (norte da Grande SP), que abastece 9 milhões; e o braço do rio Grande, na represa Billings (sul da Grande SP), que serve 1,2 milhão de moradores do ABC Paulista.
Para Bassoi, isso se deu em conseqüência dos investimentos em tratamento de esgoto na região metropolitana, feitos pela Sabesp (empresa de saneamento de SP).
"Não acredito que seja verdade [a melhoria na Grande SP]", afirma, por sua vez, Mário Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, que também tem um programa de monitoramento da qualidade da água nos rios paulistas, feito com crianças.
"US$ 350 milhões depois [recursos investidos num programa de urbanização e obras de saneamento], a Guarapiranga está pior; o Cantareira já começa a ser destruído; e nenhuma cidade da região metropolitana, nem a capital, conseguiu aprovar uma lei de uso e ocupação do solo atual", critica.
Apesar de concordar que as poucas chuvas de 2003 tiveram influência negativa na qualidade das águas no Estado, Mantovani diz que a excessiva dependência de "são Pedro" mostra apenas o quão frágil a política de saneamento ambiental ainda é. (MV)


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