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Grande São Paulo apresentou leve melhora
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a bacia do rio Piracicaba teve
piora da qualidade de suas águas
por repetir a história de crescimento sem planejamento nem
preocupação ambiental, a Grande
São Paulo, berço desse modelo,
foi um dos poucos destaques positivos na comparação das análises de 2003 com as de 2002.
A bacia do Alto Tietê, que praticamente coincide com o território
da região metropolitana, apresentou um leve aumento na percentagem de rios e reservatórios bons
ou ótimos para abastecimento (de
35% para 37%), bem como pequenas reduções na fração de regulares (14% para 13%) e de ruins
ou péssimos (51% para 50%).
O progresso é pequeno, mas, na
avaliação da Cetesb, qualificado.
Em 37 pontos de amostragem,
31 tiveram melhoria na qualidade
da água, 5 pioraram e 1 manteve o
índice, diz Lineu Bassoi, diretor
de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da agência.
Entre os que progrediram estão
importantes fontes de abastecimento como a represa Guarapiranga (zona sul de SP), que atende
cerca de 4 milhões de pessoas; o
sistema Cantareira (norte da
Grande SP), que abastece 9 milhões; e o braço do rio Grande, na
represa Billings (sul da Grande
SP), que serve 1,2 milhão de moradores do ABC Paulista.
Para Bassoi, isso se deu em conseqüência dos investimentos em
tratamento de esgoto na região
metropolitana, feitos pela Sabesp
(empresa de saneamento de SP).
"Não acredito que seja verdade
[a melhoria na Grande SP]", afirma, por sua vez, Mário Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata
Atlântica, que também tem um
programa de monitoramento da
qualidade da água nos rios paulistas, feito com crianças.
"US$ 350 milhões depois [recursos investidos num programa
de urbanização e obras de saneamento], a Guarapiranga está pior;
o Cantareira já começa a ser destruído; e nenhuma cidade da região metropolitana, nem a capital,
conseguiu aprovar uma lei de uso
e ocupação do solo atual", critica.
Apesar de concordar que as
poucas chuvas de 2003 tiveram
influência negativa na qualidade
das águas no Estado, Mantovani
diz que a excessiva dependência
de "são Pedro" mostra apenas o
quão frágil a política de saneamento ambiental ainda é.
(MV)
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