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Falta de medicamento pode ter causado mortes
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
A falta de medicamentos pode
ter contribuído para a morte de
pelo menos cinco pacientes do
Hospital Universitário Gaffrée e
Guinle, na Tijuca (zona norte do
Rio), referência em tratamento de
Aids na cidade. A afirmação é do
chefe da enfermaria de atendimento a pacientes com Aids, Carlos Alberto Morais de Sá, que entregou ontem um relatório ao Ministério Público Federal.
A direção do hospital, que pertence à Unirio (Universidade Federal do Rio), nega que os pacientes tenham morrido por falta de
medicamentos e afirma que eles
já chegaram em estado terminal.
"Falta dinheiro, faltam medicamentos, falta reagente para exames, falta comida de pacientes,
faltam obras. Uma mulher está
cega porque o remédio não chegou a tempo", diz Sá.
Segundo o relatório, assinado
por 16 médicos do setor, caixas de
anti-retrovirais estão sendo compartilhadas por diversos pacientes, com doses para período menor do que o normal. Também
não é possível fazer radiografias,
porque o aparelho está quebrado,
nem hemogramas e sorologia anti-HIV, por falta de reagentes.
A sugestão dos médicos é suspender a recepção de novos pacientes. A unidade atende hoje
cerca de 2.100 portadores de HIV.
A direção admite que podem ter
faltado "poucos antibióticos" e
que fez compras emergenciais para tratar os pacientes que posteriormente morreram.
"O orçamento estava emperrado, e tivemos alguns problemas,
já solucionados. Se faltaram anti-retrovirais, faremos uma auditoria para saber a razão", diz Elizabeth Vasserman, diretora do hospital. Não houve resposta sobre a
paciente que teria ficado cega.
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