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"Não há desvios nem prejuízo para fundação"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Bienal,
Manoel Pires da Costa, diz
que não há desvios de recursos por meio da revista nem a
fundação teve prejuízos com
a "Bien'art". Segundo depoimento que prestou ao Ministério Público, sua empresa
faz a publicação a um custo
"inferior aos valores praticados pelo mercado".
Ele reconheceu que o negócio com a revista pode ferir
um artigo do estatuto da fundação, mas declarou agir de
"boa fé" -"tanto que se
adiantou e trouxe o fato ao
conhecimento da Curadoria
de Fundações".
O presidente da Bienal informou, por meio de seu assessor de imprensa, Antonio
Gaspar, que nunca escondeu
que era dono da revista:
"Consta, claramente, do 1º ao
30º número da revista, o nome e o endereço da empresa
TPT Comunicações, de propriedade do presidente-executivo. Conselheiros da Fundação Bienal sabem que a
TPT Comunicações é de propriedade do presidente", disse, por e-mail, Pires da Costa.
Ele afirma, porém, que não
foi preciso, durante uma reunião do conselho em setembro último, ao afirmar que
houve uma concorrência para escolher a empresa que
publicaria a "Bien'art". "A
palavra concorrência foi mal
empregada. Foi feita uma
pesquisa de mercado. Entre
outras, foram contatadas pelo presidente-executivo da
FBSP a Editora Três e a Editora Abril. Ninguém se interessou. Até porque, como se
pode supor, o projeto de uma
revista voltada para o segmento de artes visuais, como
a "Bien'art", já se mostrava
deficitário", conta.
Indagado se é verdade que
a fundação paga por textos
publicados na "Bien'art" relacionados à Bienal, Gaspar
afirma que "por solicitação
do presidente-executivo o
Ministério Público, por meio
da Curadoria das Fundações,
está finalizando, em caráter
sigiloso, auditoria específica
sobre as relações econômicas" entre a TPT Comunicações e a Bienal.
Ainda segundo o assessor
de imprensa de Pires da Costa, a ida do presidente da Bienal ao Ministério Público
sem o conselho fiscal "em
nada prejudicou as posteriores e sucessivas reuniões dos
conselheiros com o curador
das Fundações".
O presidente diz que o assessor "Antonio Gaspar não
tem qualquer vínculo com a
Bienal. Há cerca de seis anos,
ele é funcionário da TPT Comunicações".
(MCC e FC)
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